Obras do PAC viram pesadelo para 3 prefeitos
O que poderia ser solução administrativa, virou problema político e jurídico para os prefeitos Wilson Santos (PSDB), Murilo Domingos (PR) e Adilton Sachetti (PR), que comandam os três maiores municípios mato-grossenses. Em 31 de julho do ano passado, o presidente Lula visitou Cuiabá especialmente para anunciar, com todo alarde, mais de R$ 500 milhões de investimentos em infra-estrutura com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Sete meses depois, nada saiu do lugar. Tudo está empacado e, o pior, sob suspeita de vícios e irregularidades onde se tentou lançar processos licitatórios.
Em Cuiabá, o PAC prevê R$ 238 milhões. O prefeito Santos já teve que anular, por decisão judicial, duas licitações, após questionamentos do Ministério Público e do Tribunal de Contas da União. Agora, em meio a uma verdadeira guerra entre as mais de 50 empresas concorrentes, a Sanecap, que coordena o processo, anuncia abertura dos envelopes para 4 de março.
Em Várzea Grande, uma decisão do juiz federal Julier Sebastião da Silva suspendeu um dos editais, no valor de R$ 130 milhões das obras do PAC, lançados pelo prefeito Murilo. O MPF levantou indícios de irregularidades na concorrência pública que beneficiou a empresa Três Irmãos Engenharia Ltda, que tem como um dos sócios o suplente de deputado estadual Carlos Avalone.
Eis que agora o MPF e o TCU também descobrem irregularidades mais no âmbito técnico no processo licitatório em Rondonópolis, sob Sachetti. Uma licitação de R$ 95 milhões deve ser anulada, o que obriga a prefeitura a lançar um novo edital de concorrência pública. Ao todo, Rondonópolis prevê R$ 117 milhões para saneamento.
A continuar com esses embaraços jurídicos e questionamentos quanto à lisura das licitações, Santos, Murilo e Sachetti podem ser reeleitos para mais quatro anos que não serão suficientes para concluir as obras do PAC.
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