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Agronegócios
Domingo - 24 de Fevereiro de 2008 às 19:06

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O Ministério da Agricultura confirmou essa semana a contaminação pela estomatite vesicular em mais três fazendas de Mato Grosso. E agora sobe para cinco o número de fazendas que estão interditadas.

A reportagem visitou a região do foco. No local um líquido é borrifado nos pneus dos carros e nas botas de quem entra e sai das propriedades interditadas. Uma desinfetante a base de iodo, que mata o vírus causador da estomatite vesicular. O procedimento está sendo feito nas cinco propriedades rurais no município de Cocalinho, a 750 quilômetros de Cuiabá. As últimas notificações ocorreram em 2006, quando 17 focos foram encontrados em Goiás, Bahia e Piauí.

O instituto de defesa agropecuária de mato grosso colocou placas de alerta para diminuir a movimentação de pessoas nesses sítios e proibir a entrada e saída de animais.

Nem a reportagem pôde entrar nas propriedades interditadas. Seu Rubens Silva ficou muito preocupado quando viu duas vacas babando muito no sítio onde mora. Ele chamou o Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea) e a fazenda foi interditada. “Elas aparentaram uma babação, só babando. Aí eu notei que ela não mancava, mais daí uns dois ou três dias eu notei que o casco da vaca tinha estourado ao redor”, diz o criador Rubens Silva.

A estomatite vesicular foi confirmada pelo laboratório de análises de Belém, credenciado pelo Ministério da Agricultura para realização de exames deste tipo. “Os sintomas da estomatite vesicular são parecidos com o da febre aftosa. São idênticos e não há como distinguir, só no laboratório. Estes sintomas envolvem febre, aftas na boca, gengiva e lábios, com salivação. Podem desenvolver também lesões a nível de ugre e também de casco”, explica o veterinário do Indea, Francisco Souto.

Além dos bovinos, a estomatite vesicular pode contaminar ovelhas, cabras, porcos e cavalos. Diferente da febre aftosa, o vírus que causa estomatite não sobrevive muito tempo no ambiente e por isso, a contaminação não é tão rápida. Outra diferença é que a estomatite pode contaminar o homem. “Ela pode acometer as pessoas que vão desenvolver os sintomas como gripe, dores musculares, dores de cabeça e aftas também”, explica o veterinário.

Seu Rubens está tomando cuidados especiais para o vírus não se espalhar e para que ele não se contamine. “Do dia que eu vi eu não mexi mais com gado. Tinha o contato depois que o rapaz chegou e foi fazer os exames. Aí eu tive contato”, diz ele.

O Ministério da Agricultura não exige o sacrifício dos animais contaminados, mas é preciso fazer acompanhamento sanitário, com exames sorológicos e período de isolamento de 21 dias, a contar do fim dos sintomas do último animal infectado.

A notificação internacional da estomatite é obrigatória. Por causa dos casos em Mato Grosso, a Rússia suspendeu a compra de carne do estado. Ela importa cerca de 23% da carne de boi produzida em Mato Grosso.





Fonte: Globo Rural

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