Embate eleitoral cerca o governo
"O fato de termos tantos deputados candidatos a prefeitos é um complicador no relacionamento entre o executivo e o legislativo", reconheceu o deputado Mauro Savi (PR), líder do governo. Ele disse que acredita no bom senso dos parlamentares para não levar para o plenário da Casa as questiúnculas eleitorais.
No entanto, o governador Blairo Maggi já sentiu o gosto amargo da pressão. Ele teve, na semana passada, ceder a pressão do PP e substituir o secretário de Justiça e Segurança Pública, Walter Rabello, pré-candidato à Prefeitura de Cuiabá e seu desafeto político. O parlamentar ameaçava criar a CPI da Segurança Pública na Assembléia Legislativa. "Não há dúvida de que o governo irá sofrer todo e qualquer tipo de pressão", observou um deputado governista.
Blairo Maggi também viu o PMDB, do vice-governador Silval Barbosa, recusar o convite para participar do governo por pressão dos deputados Zé do Pátio e Adalto de Freitas, o Daltinho, pré-candidatos em Rondonópolis e Barra do Garças. Os dois reagiram de forma enérgica contra o entendimento com o governo, rejeitado, inclusive, a indicação da ex-deputada Teté Bezerra, esposa do presidente regional, deputado federal Carlos Bezerra, para a Secretaria do Desenvolvimento do Turismo (Sedtur).
Na ocasião, Zé do Pátio argumentou que um entendimento com o governo inviabilizaria a sua candidatura a Prefeitura de Rondonópolis, porque iria tirar o seu discurso contra o prefeito Adlton Sachetti (PR). Em Várzea Grande, Maggi viu a proposta da criação do Parque da Cidade ser usada eleitoralmente pelo prefeito Murilo Domingos (PR), candidato à reeleição, e pelo deputado Maksuês Leite (PP), pré-candidato.
Domingos e Leite usaram as audiências com o governador para tentarem faturar eleitoralmente como autores da proposta do Parque da Cidade. Por isso, de acordo com Savi, será preciso muita parcimônia e conversação para evitar que haja risco à governabilidade. "Nós estamos atento para que isso não aconteça", completou.
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