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Politica Brasil
Sexta - 22 de Fevereiro de 2008 às 08:39

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Ao optar pelo nome do delegado federal Diógenes Curado para o comando da secretaria de Justiça e Segurança Pública, o governador Blairo Maggi pode ter resolvido um problema político e até conquistar boa parceria com o Ministério da Justiça por mais recursos, mas criou um "pepino" na área técnica que tende a ser muito pior por se tratar de segurança pública. Serão os atritos de metodologia, o que pode emperrar o funcionamento da máquina. As polícias Federal, Militar e Civil apresentam métodos diferentes de atuação.

O novo secretário quer agentes da PF na linha de frente da Sejusp. Os militares podem se rebelar, assim como os policiais civis. A relação entre as polícias sempre foram de animosidade. Não se constata um trabalho integrado. Prevalece o corporativismo.

O salário de um delegado federal, como é o caso de Diógenes, é superior a R$ 20 mil. Um delegado de Polícia Civil ganha menos da metade. A PF tem mania de, em quase todas as operações, realizar filmagens e exposição pública das pessoas presas. Só falta agora Diógenes adotar o mesmo método na cadeira de secretário de Estado.

Na PF, o delegado, que esteve à frente das investigações de casos como a máfia das sanguessugas e dossiê antitucanos, era "endeusado". Já na Sejusp, vai virar vidraça. Será alvo de críticas e ataques de políticos, como Walter Rabello, que se projeta na política explorando em seu programa de TV falhas na área de segurança e as mazelas da sociedade.

A primeira experiência de delegado federal como secretário de Segurança Pública em Mato Grosso não deu certo. Foi em 1991, no começo do governo Jaime Campos. O delegado José Antonio Martinez ficou poucos meses na pasta. Saiu assim que se deparou com crises.

Maggi é 6º governador a escolher delegado da PF

Blairo Maggi é o sexto governador a escolher um delegado de PF para administrar a Segurança Pública. As indicações foram realizadas diretamente pela direção-geral da PF e pela Secretaria Nacional de Segurança Pública, a pedido dos novos governadores. Ambos órgãos fazem parte da estrutura do Ministério da Justiça. Trata-se de uma terceira onda. Depois dos generais e dos políticos, agora vem uma espécie de onda federal. Isso não quer dizer que a opção dará certo, mas representa uma novidade e traz um caráter mais técnico para uma área tão problemática e complexa.

O Estado de vanguarda na nova onda foi o Rio. O governador Sérgio Cabral (PMDB) nomeou o delegado José Mariano Beltrame, que levou para compor a equipe sete policiais federais, todos da área de inteligência. Além Beltrame no Rio, são secretários de Estado de Segurança os delegados federais Paulo Bezerra (BA), Kércio Pinto (SE), Wantuir Jacinni (MS) e Romero Lucena (PE) e, agora, em Mato Grosso, Diógenes Curado.

Ao estreitar relações com a PF e, em consequência, com o Ministério da Justiça, os governadores pretendem garantir um lastro político a mais para conseguir a liberação de recursos para a área de segurança pública.





Fonte: RD News

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