MP abre inquérito sobre show de Claudia Leitte

O Ministério Público anunciou que vai investigar, através de um inquérito civil, os danos ambientais e de patrimônio ocorridos na praia de Copacabana, no Rio, após o show da cantora Claudia Leitte, que levou 700 mil pessoas à orla no domingo. Na nota, o MP diz ainda que analisará "a omissão dos órgãos públicos responsáveis por autorizar eventos como o que aconteceu domingo".

Segundo a promotora Ana Paula Petra, titular da 4ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva de Meio Ambiente, "não cabe ao Ministério Público autorizar ou licenciar eventos de qualquer natureza, mas sim deflagar medidas cabíveis em casos de ocorrências de crimes ambientais ou de improbidade ambiental".

Show foi uma exceção

O prefeito Cesar Maia assumiu mais uma vez que houve falhas no planejamento da prefeitura para o megaevento. Mas fez questão de dizer, via e-mail, que os shows não serão suspensos. A prefeitura aposta que tais produções trazem retorno ao turismo no Rio e não pretende abrir mão da estratégia de marketing.

"Erros devem ser corrigidos. Esse show foi uma exceção", escreveu o prefeito.

Shows gratuitos na praia costumam atrair pessoas de toda a região metropolitana. Mas a vereadora Aspásia Camargo lembra que esses eventos utilizam o espaço dos cidadãos, e que eles não são questionados sobre o assunto. Por isso, no próximo domingo, ela vai organizar um plebiscito na praia.

"Quero saber se os moradores estão de acordo com esses eventos e como eles se sentem", afirma.

De acordo com a vereadora, uma das recomendações da CPI da Desordem Urbana, que presidiu, é quanto a restrição de shows e grandes eventos em áreas de preservação ambiental, como praias, que segundo ela não suportam uma quantidade grande de pessoas e ficam expostas à depredação. Todas as provas e documentos que comprovariam a desordem urbana foram entregues ao Ministério Público.

"Há intervenção do MP para preservar bens ambientais. Porém, no show de domingo foi mais do que isso, pois também tivemos problemas no trânsito e depredação de patrimônios públicos, entre outros problemas."