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Politica Brasil
Segunda - 18 de Fevereiro de 2008 às 13:33
Por: Fernando Leal

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Uma média de 5,8 automóveis foram furtados por dia, entre janeiro e dezembro de 2007, apenas em Cuiabá e Várzea Grande – as duas maiores cidades mato-grossenses. Esses dados estatísticos já estão nos anais da Polícia Civil de Mato Grosso que revelaram ainda: no mesmo período, 1.048 veículos – entre motos, carros, caminhonetes e caminhões – foram recuperados.

Ainda em dezembro passado, o titular da Delegacia de Roubos e Furtos de Veículos Automotores (DRFVA), Roberto Amorim, afirmou que o índice de ocorrências tinha caído “consideravelmente” após a polícia desbaratar – em agosto daquele ano – uma quadrilha de desmanche de veículos.

Por sua vez, investigações da PC revelaram que o desmanche é o principal destino dos veículos populares e das motocicletas e que as peças são vendidas no comércio de Cuiabá e Várzea Grande. “São peças que não têm identificação veicular e quem as compra está, possivelmente, adquirindo um produto de crime. E o prejudicado é sempre a vítima”, alertou o delegado ao site do governo.

No Rio Grande do Sul, cerca de um terço dos veículos levados por ladrões – a cada dia – é desmanchado. Esse desmantelamento serve para alimentar uma rede que, nas estimativas policiais daquele estado, inclui 1,2 mil lojas de peças usadas, ferros-velhos e cerca de 800 oficinas – a maior parte na região metropolitana.

Em Mato Grosso, o deputado Wagner Ramos (PR) quer a definição de regras para repreender a comercialização ilegal de partes, de peças e de acessórios automotivos oriundos de carros roubados ou qualquer outro veículo adquirido com o fim de desmanche, no comércio de ferros-velhos. A meta do parlamentar é a redução de roubos, furtos e receptação de peças automotivas a partir do registro obrigatório de todos os ferros-velhos em funcionamento no estado, junto às delegacias policiais das respectivas jurisdições onde atuam. A medida será condicionante para a obtenção do Alvará de Licença.

“As atividades de compra, venda ou troca só deverão acontecer após esse procedimento. A partir daí, também poderá ser autorizada a consignação ou o depósito de peças usadas e assessórias de veículos automotores”, explicou Wagner Ramos. Os ferros-velhos também deverão apresentar relação de estoque e comprovar sua procedência, e os comerciantes terão que manter livro de registro para controle de entrada das mercadorias.

Segundo o deputado republicano, além de reduzir as perdas trazidas para a economia do Estado, a ação vai impedir práticas de comércio ilegal que possuem uma forte ligação com o aumento da criminalidade.

Operação e Proteção

A rede que atua no sistema de furto ou roubo, desmanche, transformação e destinação irregular de veículos – no país – ao invés de extensa é segmentada, mas envolve vários atores.

Segundo o site www.controlando.com.br, a logística funciona sobre as bases a seguir:

A operação

1) A pedido de revendas de autopeças, donos de ferros-velhos de fachada encomendam a uma quadrilha marca e ano do veículo a ser depenado. Os automóveis são furtados pelos ladrões, levados para uma oficina de fundo de quintal e desmanchados.

2) Peças sem número são separadas para venda e espalhadas em diversos pontos de comércio para dificultar rastreamento. É necessário manter no pátio alguns veículos legalizados, comprados em leilões e de seguradoras. Eles dão a aparência de negócio lícito.

3) As partes numeradas dos veículos são geralmente prensadas e vendidas como sucata. Os motores – em especial o diesel – são desmontados para venda em peças. Quando inteiros, a numeração é destruída.

A rede de proteção

1) Funcionários públicos corruptos (policiais e fiscais) são cooptados por financiadores dos desmanches de veículos e pagos para deixar funcionando os ferros-velhos e lojas de venda de peças ilegais.

2) Servidores corruptos mantêm o dono do desmanche alimentado com informações exclusivas. Por exemplo: dias das batidas da polícia. 3) Também tentam evitar que informantes da polícia não se infiltrem entre os ladrões e os “desmanchados” de carros. E ensinam como impedir que a polícia consiga provas.

(*) Serviço – A marca Controlando é segmento de uma empresa do Rio Grande do Sul que desenvolve sistemas de rastreamento de veículos para monitoramentos de automóveis, de frotas, motos e caminhões; também, bloqueadores e localizadores veiculares, rastreamento via GPS e GSM, via satélites e via Internet em todo o país.





Fonte: Assessoria/AL

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