PSDB vai voltar ao poder, diz Fernando Henrique

O ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso afirmou nesta sexta-feira que o PSDB vai voltar ao poder. "Não tenho dúvidas de que vamos voltar ao poder", disse, em discurso no I Encontro Nacional de Vereadores do partido, em São Paulo.

> Segundo o ex-presidente, o PSDB tem papel fundamental na implantação de uma reforma política que Fernando Henrique considera necessária. Ele explicou o motivo de não ter feito a reforma durante o seu governo. "O País estava absorvido com a questão econômica. Deixei a reforma para o Congresso e o Congresso não a aprovou", disse.

FHC voltou a defender o voto distrital (em que moradores de um distrito elegem por voto majoritário um representante) e afirmou que a implantação desse novo sistema de sufrágio seria mais fácil em nível municipal.

"Há áreas enormes de São Paulo sem um único vereador. O voto distrital seria útil para corrigir este problema", disse. "Não é como nas Diretas, que queríamos apenas votar. Queremos agora o voto consciente", completou.

O ex-presidente reforçou a necessidade de uma recuperação da credibilidade da política de modo geral no País. Como exemplo da falta de credibilidade, ele citou a impunidade dos deputados cassados pelos companheiros. "Não acontece nada com eles, ficam por aí escrevendo artigos e criticando o sistema", disse.

Sobre a posição do País no mundo, FHC afirmou que o Brasil se encontra em lugar razoável, mas que tem que se comparar com os líderes de crescimento entre os países em desenvolvimento. "O Brasil tem que se comportar como China, Índia e Rússia."

FHC afirmou ainda que é preciso fortalecer os partidos para instituir o parlamentarismo, do contrário, segundo ele, "a idéia é indefensável". "Não fomos nós que criamos, mas o mensalão pega. A população acha que o partido é isso, que o Congresso é isso, e não pode ser isso."

O ex-presidente aproveitou para criticar também o governo Lula, afirmando que não ofereceu nada de novo. "A verdade é que o governo atual vai na onda não criou novas instituições", disse.