Maggi institui comissão contra trabalho escravo
Num Estado campeão em desmatamento e queimadas ilegais e, para piorar, no topo nacional quanto aos registros de prática de trabalho análogo, o empresário e governador Blairo Maggi (PR) resolveu reagir. Após bombardeio de críticas sobre o governo até no cenário internacional devido a esses fatores que mancham a imagem de Mato Grosso, Maggi instituiu a Comissão Estadual de Erradicação do Trabalho Escravo. Por coincidência, tomou essa decisão 20 dias após o seu primo Eraí Maggi ter sido multado pelo Ministério Público do Trabalho por prática de trabalho escravo. Ele foi acusado de manter trabalhadores em regime de escravidão em uma de suas fazendas em Tapurah (a 477 km da Capital).
A comissão será composta por 21 representantes de órgãos estaduais e entidades ligadas à área ambiental. Do governo, foram convocados um representante de seis pastas: Justiça e Segurança Pública, Meio Ambiente, Trabalho, Emprego, Cidadania e Assistência Social, Desenvolvimento Rural, Saúde e Educação. No ato assinado por Maggi e pelo secretário de Justiça e Segurança Pública, Carlos Brito, foram designados ainda um membro das polícias Civil e Militar.
De acordo com relatório da Comissão Pastoral da Terra (CPT), MT é o segundo Estado com mais trabalhadores libertados nos últimos 12 anos. Além do Estado figurar entre os que mais desmatam da Amazônia Legal e que mais deixam arder as chamas em época de queimadas, ainda consta na chamada "lista suja" por apresentar maiores índices de trabalho escravo do país.
De acordo com levantamento realizado pela Ong Repórter Brasil, as fiscalizações dos últimos 5 anos revelaram que o avanço da derrubada das matas coincidiu com a prática da escravidão contemporânea em 72% dos 141 municípios mato-grossenses. Passou da hora do poder público agir.
A Comissão de Erradicação do Trabalho Escravo:
Marcos Aurélio Veloso e Silva (Justiça e Segurança Pública)
Alessandro Borges Ferreira (Meio Ambiente)
Teresinha Ferreira (Trabalho, Emprego, Cidadania e Assistência Social)
Valquim Félix da Silva (Desenvolvimento Rural)
Edson Lima Ferreira (Saúde)
Clau Eduardo Franco (Educação)
Elias Miguel Daher (Polícia Civil)
Zózima Dias Santos Sales (Polícia Militar)
Shelma Lombardi Kato (Tribunal de Justiça)
Marcelo Caetano Vacchiano (Ministério Público)
Márcio Gley da Silva (Empaer)
Luiz Ricardo Alcântara (Tribunal Regional do Trabalho)
Valdiney Antônio de Arruda (Delegacia Regional do Trabaho)
Newton Quinzani (Polícia Rodoviária Federal)
Marcelo Mozart Rocha Galli (Polícia Federal)
José Pedro dos Reis (Ministério Público do Trabalho)
Deizimar de Oliveira (Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho)
Júlio Viana (Central Única dos Trabalhadores)
Adriano da Silva Félix (Comissão Pastoral da Terra)
Inácio Werner (Fórum Mato-Grossense de Meio Ambiente e Desenvolvimento)
Leonir Carlos Peruzzo (Comissão Pastoral do Migrante)
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