PMDB diz que não cede presidência da CPI dos Cartões para outro aliado
"Já abrimos mão da presidência da CAE [Comissão de Assuntos Econômicos] para o senador Aloizio Mercadante (PT-SP), além de duas vagas na CPI das ONGs. Agora, me falaram que caberia ao PMDB indicar o presidente da CPI mista. Não vamos abrir mão disso agora", afirmou.
Raupp disse que a única possibilidade de recuar na indicação do presidente da CPI é ter o seu convite recusado por Conto ou por outros peemedebistas. "Enquanto isso não acontecer, eu não posso abrir mão do cargo para não ficar descredenciado junto à minha bancada."
Conto prometeu dar uma resposta a Raupp nesta quarta-feira, após analisar se terá condições de assumir a presidência da CPI. O peemedebista disse que não ficou abalado com as restrições impostas pela oposição ao seu nome --já que DEM e PSDB querem ocupar a relatoria ou a presidência da comissão.
Disputa
A corrida pela relatoria e a presidência da CPI dominaram as discussões no Congresso nesta terça-feira. A oposição promete obstruir as votações no Senado a partir de amanhã se não for contemplada com um dos cargos de comando da comissão. Os governistas, por sua vez, foram enfáticos ao afirmar que não vão ceder à pressão porque estão respaldados pelo regimento do Congresso.
Segundo o senador Tião Viana (PT-AC), o regimento prevê que as maiores bancadas partidárias ocupem a relatoria e a presidência da comissão. Como o PT é a maior bancada da Câmara, e o PMDB do Senado, os dois partidos reivindicam os cargos.
"Não temos que ter bondade com a oposição, que sempre foi muito cruel com o governo. Isso é regimental", disse Viana.
Para o líder do governo na Câmara, Henrique Fontana (PT-RS), a representatividade do partido dá o tom do comando das comissões. "Quando a população escolhe uma bancada de 90 deputados, ele diz que o partido é que deve ter maior representação na Câmara. A base aliada quer as regras da democracia. Agora que eles são oposição, querem mudar as regras do jogo."
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