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Politica Brasil
Terça - 12 de Fevereiro de 2008 às 18:01
Por: Cirilo Junior

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O presidente do PTB, Roberto Jefferson (RJ), descartou hoje um possível acordo de delação premiada no processo que investiga o suposto mensalão. Ele depôs hoje para o juiz Marcelo Ferreira de Souza Granado, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.

Questionado se aceitaria revelar novos fatos sobre o suposto mensalão em troca de uma redução de pena, Jefferson afirmou que delação é coisa de vagabundo. "Que delação, nada. A luta é política. Delação premiada é coisa para vagabundo, com todo o respeito."

Em pouco menos de uma hora de depoimento à Justiça Federal, Jefferson recusou-se a dizer quem fazia os pagamentos do mensalão. Ele se justificou afirmando que é réu e não testemunha no processo aberto pelo STF (Supremo Tribunal Federal) sobre o suposto esquema de caixa dois eleitoral. "Não sou testemunha, falo sobre mim e sobre meu partido", declarou.

Em pouco menos de uma hora de depoimento à Justiça Federal, o presidente do PTB, Roberto Jefferson (RJ), recusou-se a dizer quem fazia os pagamentos do mensalão. Ele se justificou afirmando que é réu e não testemunha no processo aberto pelo STF (Supremo Tribunal Federal) sobre o suposto esquema de caixa dois eleitoral. "Não sou testemunha, falo sobre mim e sobre meu partido", declarou.

Diante dos poucos questionamentos feitos pelo juiz Marcelo Ferreira de Souza Granado, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro e pelos representantes do Ministério Público, Jefferson fez de seu depoimento um verdadeiro palanque, no qual disse que prefeitos e governadores "têm que beijar a mão do presidente Lula" para conseguirem recursos.

Ele ainda acusou a Polícia Federal e o Ministério Público de abuso de autoridade. O ex-deputado chegou a se emocionar no final de seu depoimento, ao revelar o desejo de ver sua filha, a vereadora Cristiane Brasil, juíza.

"O Estado não é mais federativo, ele é confederado. E nós temos um presidente que é quase um monarca absoluto", afirmou, ao criticar o fato de que boa parte da arrecadação nacional fica com a Presidência.

"Prefeito que se elege no Rio não tem independência, tem que beijar a mão do Lula. O governador de São Paulo, que precisava ser independente, tem que beijar a mão do Lula. O governador de Minas, idem. O governador do Rio tem que se prestar ao papel de laranja para indicar os nomes que o presidente Lula quer emplacar, pela concentração de dinheiro. Quem não tratar bem o presidente não tem as obras financiadas", completou.

O presidente do PTB disse, na frente de representantes do Ministério Público, que as ações do órgão e da Polícia Federal são irresponsáveis.

"O MP aderiu a essa atitude policial mais barata, que não tem responsabilidade pela denúncia que faz, nem criminal, nem financeira. Eles são os heróis. Os policiais federais, que querem constranger o juiz a dar a decisão que eles já anteciparam na sentença pública. O poder não emana mais dos representantes eleitos pelo povo. O poder emana do concurso público, em especial do MP e da Polícia Federal", acusou.

Mensalão

Jefferson confirmou as afirmações feitas em depoimentos anteriores. Reafirmou que contou sobre o mensalão ao presidente Lula. Acrescentou que as ações de Lula para conter o mensalão criaram insatisfação na base do governo na Câmara.

O ex-deputado observou também que se reunia para discutir a aliança PT-PTB na Casa Civil, com o ex-ministro José Dirceu e com o ex-presidente do PT José Genoino, além de Delúbio Soares e Silvio Pereira --ex-tesoureiro e ex-secretário-geral, respectivamente, do PT.

"Confirmo todas as informações que dei. Vi que o Ministério Público tentou avançar em relação ao presidente Lula, mas não posso acusá-lo. Seria irresponsável da minha parte."





Fonte: Folha Online

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