José Eduardo Cardozo é novo secretário-geral do PT
Brasília - A eleição da executiva nacional do PT neste sábado provocou reclamações e polêmica e, ao contrário da anunciada unidade, o partido deverá enfrentar um bom período de guerra interna. A chapa que reelegeu o presidente da legenda, Ricardo Berzoini (SP), e que tem maior força no partido, excluiu o grupo do deputado Jilmar Tatto (SP) dos principais cargos de comando, cedendo mais espaço para o grupo do deputado José Eduardo Cardozo (SP), eleito secretário-geral, e do ministro da Justiça, Tarso Genro. Na disputa pela presidência do partido, Cardozo ficou atrás de Tatto, formando a terceira força partidária.
Nenhum dos três principais cargos da Executiva - Secretaria-geral, Secretaria de Organização e Secretaria de Finanças - ficou com o grupo de Tatto. Cardozo foi eleito secretário-geral, cargo reivindicado por Tatto. Como reação, Tatto não aceitou participar da Executiva em outra função. "Não vou participar de uma direção manca, sem unidade partidária", reclamou. "Não vou ser conivente com uma composição política na qual mais de um terço não concorda." Tatto afirmou que a eleição foi a refundação do Campo Majoritário, a tendência que comanda o PT.
Com 20% dos votos dos petistas na eleição direta do partido em dezembro do ano passado, o grupo de Tatto teve sua representação na Executiva reduzida. O grupo tinha duas das três vice-presidências e a Secretaria de Organização do comando anterior, mas acabou ficando agora com a Secretaria de Assuntos Institucionais, com menor expressão, e uma vice-presidência. Tatto lembrou que o grupo de Cardozo e Genro era o mais crítico diante da direção de Berzoini e criticou o fato de eles estarem juntos agora. "É como se fosse a união de Tarso com José Dirceu", afirmou.
Cardozo negou que tenha havido uma união das duas chapas, a dele e de Berzoini, que disputaram a presidência do partido. "Não fizemos pacto nenhum com eles", afirmou o novo secretário-geral do PT.
Comentários