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Agronegócios
Quinta - 07 de Fevereiro de 2008 às 08:39

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A intensidade e a freqüência de chuvas ocorridas em janeiro e início deste mês em Mato Grosso, o começo da colheita das cultivares de soja de ciclo superprecoce e precoce (algumas com níveis elevados de esporos de ferrugem) provavelmente acarretarão um aumento de focos da ferrugem da soja no Estado. Dados oficiais indicam que 21 focos da doença foram encontrados em regiões produtoras de Mato Grosso.

“Pelo que temos conversado e andado no Estado, este número é muito maior. A maioria das regiões produtoras apresenta focos de ferrugem. Se descuidarmos agora, a lucratividade da safra ficará irremediavelmente comprometida, pois até serem colhidas as últimas lavouras de soja, temos em média entre 45 e 60 dias pela frente de uma verdadeira batalha contra a ferrugem”, alerta o pesquisador Fabiano Siqueri, da Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso, Fundação MT.

De acordo com Siqueri, a situação da incidência da doença aumentou exponencialmente nos últimos dias e o comportamento da ferrugem asiática da soja até o fim da colheita será decisivo para se confirmar ou não o sucesso da safra 2007/2008. Para que a recuperação da rentabilidade dos sojicultores não fique comprometida e os níveis de produtividade sejam os desejados, produtor e equipe precisam ficar em alerta máximo.

Siqueri recomenda monitorar a lavoura pelos menos a cada três dias, efetuar aplicações com produtos com alto poder curativo, ter informações sobre a incidência da ferrugem regionalmente e localmente e, em caso de alta severidade da doença ou perda de tempo correto de reaplicação, esta deverá ser repetida com intervalos mais curtos, podendo chegar até entre 7 e 10 dias, dependendo da gravidade da situação.

“Ainda que a evolução da ferrugem dependa basicamente de fatores climáticos, a reação dos produtores e técnicos com relação à pulverização e à forma de monitorar a lavoura são fatores fundamentais para impedir que a doença provoque perda de produtividade e conseqüentes prejuízos”, informa Siqueri.

O maior risco de perdas com a doença, segundo o pesquisador, está nas regiões onde a semeadura foi mais atrasada e a janela de plantio foi maior. Como a idade média das plantas nestas áreas é menor, elas estão mais sujeitas ao ataque do fungo causador da ferrugem da soja, havendo maiores possibilidades de queda na produção.

O retardamento da entrada da doença em relação aos anos anteriores contribuiu para o que Siqueri chama de “tranqüilidade aparente” de muitos técnicos e produtores, o que ocasionou uma queda no grau de importância dado à doença, ficando relegada a um segundo plano, até agora.





Fonte: Diário de Cuiabá

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