PT diz que suspeita contra Matilde gerou 'ataque preconceituoso'
O Partido dos Trabalhadores disse, em nota, que as suspeitas de uso irregular do cartão corporativo pela ex-ministra Matilde Ribeiro, da Igualdade Racial, motivaram “ataques e insinuações em tom abertamente preconceituoso” contra ela e contra a existência do órgão.
“O PT repudia esse tipo de ataque, lembrando que, entre as muitas conquistas do governo Lula, a secretaria se constitui em marco fundamental no processo de afirmação da cidadania do povo negro brasileiro”, diz a nota.
Na sexta-feira (1º), a ministra pediu demissão da Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial devido a suspeitas de uso irregular do cartão corporativo do governo. O órgão acumulou gastos de R$ 171 mil no ano passado. Parte do dinheiro foi usado para aluguel de carros.
Segundo a Controladoria Geral da União (CGU), o aluguel de veículos é permitido em "caráter eventual". Quando se trata de um serviço permanente, o contrato deve ser feito por meio de licitação.
Para justificar os gastos , Matilde Ribeiro disse que a secretaria não tem infra-estrutura fora da sede, em Brasília. E que ela havia sido orientada a usar o cartão para despesas com hospedagem alimentação e locação de veículos. Ela não revelou o nome dos funcionários exonerados.
“Fora de Brasília não tenho nenhuma outra estrutura. A minha agenda de trabalho é bastante dinâmica. Foi um erro o uso do cartão para esse fim. Foi um erro, já reconheci. Ele já está em avaliação para ser corrigido”, reiterou, durante a entrevista.
Apuração
O texto, assinado pelo presidente da sigla, Ricardo Berzoini, defende a apuração de “eventuais irregularidades cometidas” e afirma que a implantação de políticas voltadas aos quilombolas, negros e índios despertou “a intolerância secular que domina parcela da sociedade brasileira”.
A nota diz ainda que o PT “se solidariza” com a ex-ministra e afirma que Matilde comandou a pasta com “dignidade e competência”.
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