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Meio Ambiente
Quinta - 31 de Janeiro de 2008 às 07:36
Por: Cirlene Lopes

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O diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Gilberto Câmara, reconheceu nesta quarta-feira (30.01), em Sinop, que houve falhas nos números de desmatamento na Amazônia, relativos aos meses de abril a setembro de 2007, atribuídos a Mato Grosso. “O Gilberto disse que Mato Grosso tem razão, houve erro e que já arrumaram esses números”, afirmou o governador de Mato Grosso, Blairo Maggi, após sobrevôo na região de Marcelândia (710 km ao Norte de Cuiabá) e reunião com ministros.

Uma comitiva de quatro ministros e representantes de órgãos federais estiveram em Mato Grosso e sobrevoaram a região de Marcelândia, município apontado como o primeiro numa lista de 36 cidades responsáveis por 50% do desmatamento na Amazônia.

Ao final da reunião, o governador Blairo Maggi anunciou que o Governo do Estado vai fazer uma triagem dos números de outubro, novembro e dezembro, em conjunto com técnicos do Inpe e Ibama. Eles vão acompanhar a equipe de fiscalização que irá a campo averiguar as áreas apontadas pelo Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), como desmatamentos atuais no Estado. Fiscais da Secretaria de Meio Ambiente de Mato Grosso já estão visitando as áreas apontadas e constatam indícios de equívocos. Dentro de 60 dias sairá o resultado dessa triagem.

A ministra Marina Silva, em entrevista coletiva à imprensa, após sobrevoar a região de Marcelândia, explicou que os dados do Deter não estabelecem taxa de desmatamento. “O Deter é um sistema criado de monitoramento em tempo real que sinaliza indícios de desmatamento para que possamos agir preventivamente e nós agimos em cima dessa sinalização”, ressaltou a ministra. Ela reconhece os dados do Deter para alerta de fiscalização e não como taxa de desmatamento.

A vinda de quatro ministros a Mato Grosso e mais uma comitiva de autoridades do Ibama, Inpe, Incra e Polícia Federal para se reunir com o governador do Estado e discutir a questão ambiental mostrou o empenho de todas as esferas no combate ao desmatamento e na busca do desenvolvimento sustentável.

FISCALIZAÇÃO INTENSIFICADA- A fiscalização também será ampliada, o ministro da Justiça, Tarso Genro, que compôs a comitiva ministerial confirmou o envio de homens da Polícia Federal, Força Nacional de Segurança e do Exército Brasileiro para a região amazônica. O ministro interino da Defesa, Enzo Martins, responsável pelo envio das tropas também acompanhou a visita.

Marina Silva reconheceu o empenho do Governo de Mato Grosso em conter o desmatamento. Ela citou os números, que caíram em 59% nos últimos três anos, como resultado do trabalho conjunto do Governo Federal e Estadual. “Eu e o governador Blairo Maggi fizemos uma reunião de trabalho após a Operação Curupira (2005). Foi feito todo esforço e nos últimos três anos conseguimos uma redução do desmatamento. Pelo bem do que foi conseguido aqui a duras penas, o governador cumpriu o papel de convencimento e isso não pode ser perdido em hipótese alguma”, disse a ministra.

Em Marcelândia, o governador conversou com produtores e empresários locais, onde apresentou o que está sendo feito tanto no combate ao desmatamento como também para provar que os índices apresentados pelo Inpe não são verdadeiros e por isso, torna injusta as sanções sofridas com o Decreto Presidencial 6.321. O decreto determina, entre outras penalidades, a exclusão de propriedades localizadas nos municípios que mais desmataram na Amazônia de todo tipo de financiamento público.

Apesar de reconhecer que o Deter não identifica as taxas de desmatamento, a ministra informou que o Governo Federal vai manter a lista com os 36 municípios que mais desmataram a Amazônia, entre eles 19 mato-grossenses. Mas após a triagem, caso haja divergência nos números do Deter, Mato Grosso pedirá a retificação e alteração nessa lista. Depois da fiscalização em campo, o Sistema Prodes também deve confirmar os dados apontados pelo Deter.

Os prefeitos de Marcelândia, Adalberto Diamante e de Sinop, Nilson Leitão, participaram da reunião e mostraram preocupação com o desenvolvimento econômico dessas cidades. Para Nilson Leitão, cujo município não está na lista do Ministério do Meio Ambiente, mas é considerado pólo regional, fica difícil atrair investimentos para a região após a divulgação desses dados na forma como foram publicados.

Marina Silva defende a divulgação como forma de transparência. Blairo Maggi, porém, foi contundente e disse à ministra que vai cobrar retratação, caso não se confirme os dados do Deter.

Com fotos do satélite em mãos, Maggi mostrou à imprensa, áreas que foram incluídas em duplicidade nos anos de 2006 e 2007 como número de desmatamento. No caso de Marcelândia 80% não corresponde à desflorestamento e sim áreas de queimadas.~

O secretário de Estado de Meio Ambiente, Luís Henrique Daldegan, acompanhou o governador no sobrevôo. Na reunião em Sinop participou ainda o secretário de Comunicação Social, José Carlos Dias, e o deputado Dilceu Dal Bosco.





Fonte: Secom-MT

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