Políticos do Mato Grosso cobram retratação do Inpe
A decisão foi anunciada pelo governador Blairo Maggi (PR) após reuniões com prefeitos e setores produtivos. Pessoalmente, Maggi pediu nesta quarta-feira, 30, à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, a revisão dos números, após sobrevôo em Marcelândia (MT), município apontado pelo Inpe como recordista em desmatamento.
O governo de Mato Grosso e os prefeitos de municípios campeões em devastação ambiental querem que o Inpe divulgue novamente os índices de desmatamento do período de junho a setembro, uma vez que o instituto admite que os dados estavam incorretos. "Falei à ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, que os números não estavam corretos e que tomassem previdências de reunir o Inpe e o Ministério do Meio Ambiente para que pudessem recolocar esses números à imprensa", disse Maggi. O Estado aguarda os números de 2006 solicitados ao Inpe.
Maggi vai solicitar ao governo federal que retire do decreto 6.321, com 36 municípios que desmatam a Amazônia, a retiradas dos nomes dos 19 Municípios de Mato Grosso. O decreto determina, entre outras penalidades, a exclusão de propriedades localizadas nos municípios que mais desmataram na Amazônia de todo tipo de financiamento público. Ele informou que uma equipe da Secretaria de Meio Ambiente (Sema) está checando em campo os dados divulgados onde o desmatamento teria voltado a crescer entre os meses de agosto e dezembro de 2007. "O prejuízo de imagem do Estado já foi feito. Não tem como ser reparado", lamentou o governador.
Segundo a Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM), os prefeitos não recebem dos órgãos oficiais, entre eles o Inpe, informações sobre área desmatada e evolução da devastação em suas regiões. O presidente da AMM, José Aparecido dos Santos, disse que nos municípios cujos índices de desmatamentos são alarmantes, os prefeitos estão dispostos a trabalhar em parceria com os governos federal, estadual e organizações não-governamentais para reduzir as queimadas e os desmatamentos. "Não queremos ser 'vilões' dos desmatamentos e sermos penalizados por isso", disse o presidente da AMM.
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