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Politica Brasil
Segunda - 28 de Janeiro de 2008 às 22:36

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Um uruguaio condenado por crimes no Brasil diz que participou de uma operação para assassinar o ex-presidente João Goulart no exílio.

O engenheiro Mário Barreiro, que diz ter sido agente secreto do governo militar uruguaio, está preso na penitenciária de segurança máxima de Charqueadas (RS), onde cumpre pena por assalto a carro forte.

Ele conta que, na década de 70, espionou e gravou conversas do ex-presidente João Goulart - exilado no Uruguai e na Argentina - e que o delegado Sergio Fleury, acusado de torturar e matar opositores políticos durante a ditadura militar [1964-1985], acertou detalhes da operação.

"O delegado Fleury foi que coordenou a operação. Ele foi quem transmitiu pra nós a determinação do presidente de que o Jango deveria ser eliminado. A ordem foi dada para Fleury, segundo ele, pelo próprio presidente Ernesto Geisel”, disse.

Mário Barreiro diz que o próprio governo uruguaio providenciou a troca dos remédios que Jango tomava para o coração. "Não deu certo a primeira troca. Até que em dezembro de 76, na Fazenda La Villa, ele tomou o comprimido letal."

O ex-agente diz que monitorou o ex presidente brasileiro durante três anos. Ele se ofereceu para depor numa CPI, mas não chegou a ser convocado. Agora, reafirmou o interesse em colaborar com as investigações para esclarecer as circunstâncias da morte.

O filho de João Goulart, João Vicente, disse que a família tem documentos que revelariam indícios de que o pai foi assassinado. Ele conversou com o ex-agente uruguaio em outubro de 2007 e decidiu acionar o Ministério Público Federal para investigar o caso.

"Se nós não tivermos uma resposta do MP, do tipo não pode investigar o assassinato porque decorreu o prazo de 20 anos, trata-se de um chefe da Nação, trata-se da história brasileira. Aí nós vamos aos organismos internacionais"

A Procuradoria Geral da República informou que ainda está analisando a denúncia.

O deputado Miro Teixeira (PDT-RJ), que foi relator de uma comissão que investigou a morte de João Goulart, disse que vai pedir amanhã à PGR para ouvir o uruguaio Mario Barreiro. Mas ressalva que não havia elementos suficientes para afirmar que Jango foi assassinado.

A família do ex-presidente Ernesto Geisel diz que as acusações contra ele são “irreais”.




Fonte: G1

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