Crime ambiental é culpa do governo, diz Ibama
O chefe do Ibama de Alta Floresta, Cláudio Cazal, denuncia que os fazendeiros não obedecem as leis ambientais e o órgão não consegue fazer uma fisalização eficiente por causa da estrutura precária. "A multa eles (fazendeiros e madeireiros) protelam e não pagam. O embargo, não respeitam. Eles só temem a perda de bens e também a cadeia. Mas isso nunca acontece", desabafa Cazal, em entrevista à Folha de S. Paulo. Justifica que a fiscalização não é feita como deveria em função da falta de estrutura.
Cazal critica o fato do Ibama ter uma estrutura mínima nas regiões, principalmente no Nortão e, ao mesmo tempo, contar com excesso de servidores, verbas e estrutura em Brasília e nos escritórios das capitais. "Quem ouve falar do Ibama logo imagina um Bope, que inspirou o filme Tropa de Elite, mas isso é uma ilusão. Os servidores e os recursos estão concentrados onde o problema não existe", afirma. Segundo ele é algo inacreditável o que acontece em Alta Floresta. "É como se a Polícia Federal pedisse ajuda aos traficantes para empurrar um carro".
Avalia que o governo federal desconhece a realidade. "De que adianta bloquear autorizações de desmate em uma região em que a maior parte das derrubadas são feitas sem autorização? Embargo de propriedades já fazemos há muito tempo. O que não temos é estrutura para retornar às áreas para verificar se o embargo está sendo cumprido", disse Cazal.
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