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Meio Ambiente
Quinta - 24 de Janeiro de 2008 às 19:21
Por: Simone Alves

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Sentindo o peso da problemática ambiental sobre os ombros, o secretário estadual de Meio Ambiente, Luís Henrique Daldegan, contestou a pesquisa do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, que aponta crescimento desordenado do desmatamento em Mato Grosso, principalmente na região de floresta.

De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a devastação entre agosto e dezembro foi de no mínimo 3.233 km2, o equivalente a cerca de 350 campos de futebol. A pesquisa também diz que, se as derrubadas continuarem no mesmo ritmo, a área devastada pode chegar, em um ano, a 15 mil km2, superando os períodos de 2005 e 2006.

Os dados fizeram com que o presidente Lula, preocupado, marcasse uma reunião emergencial para tratar do aumento do desmatamento na Amazônia. Já o secretário Daldegan, em entrevista coletiva, avalia que a pesquisa não fornece dados reais, já que foram somadas áreas desmatadas nos anos anteriores. O maior questionamento é quanto à metodologia adotada para aferir os dados. Ele chegou a apresentar resultado de duas pesquisas feitas no mesmo período, cujos dados foram obtidos através do mesmo satélite e que apontam índices finais divergentes.

“Dizer que o desmatamento está aumentando é uma inverdade. Os dados precisam ser corrigidos e as metodologias precisam ficar claras. Os números do Inpe carecem de aferição, pois quase 80,5% do inspecionado remetem a locais que não sofreram corte raso (desmatamento). Não queremos fazer uma guerra de números, mas queremos números bem aferidos”, explica o secretário.

De acordo com Daldegan, as áreas que não deveriam ser contabilizadas na pesquisa são de pastagens, matas com vestígios de queimadas e que não foram totalmente devastadas. “Precisamos corrigir divergências de critérios e conceitos”, disse o superintendente de Infra-Estrutura, Mineração e Serviços da Sema.

Críticas

Daldegan critica as notícias e ambientalistas que relacionam o aumento da produção de soja e criação de gado ao crescimento do desmatamento. “A produção pode aumentar nas áreas que estavam degradadas e foram recuperadas para plantações. É possível ter mais cabeças de gado em uma mesma área”, retruca.

Para resolver as supostas divergências de dados, Daldegan pretende se reunir com representantes dos institutos de pesquisas e, através de um workshop, tentar estabelecer critérios que o governo considera leal e válido para mensurar as devastações de qualquer tipo.

Nesta quinta, logo após as explicações de Daldegan, o governo do Estado emitiu uma nota de esclarecimento em que discorda da pesquisa do Inpe




Fonte: RD News

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