Greve de roteiristas não impede preparativos para o Oscar

Los Angeles (EUA.), 23 jan (EFE) - Conhecidos os indicados ao Oscar 2008, os preparativos para a cerimônia desta 80ª edição estão em andamento, embora ainda haja dúvida sobre o formato que a premiação terá, devido à greve de roteiristas de Hollywood.

As conversas entre o Sindicato de Roteiristas Americanos (WGA) e a Aliança de Produtores de Cinema e Televisão (AMPTP) começaram hoje com o objetivo de reatar as negociações, afirmaram as duas partes, em comunicados.

O WGA anunciou o início de conversas informais com os estúdios, após abandonar suas propostas de sindicalizar os "reality shows" e os programas de animação.

Faltando apenas um mês para a realização do evento, não há dúvida sobre as intenções de seus produtores, que pretendem celebrá-lo na data agendada - 24 de fevereiro - mesmo que a greve dos roteiristas continue.

"Temos uma longa história, 80 anos para explorar. Mostraremos muitos vídeos", afirmou Gil Cates, produtor da transmissão desta edição do Oscar.

A Academia, no entanto, está preparada para organizar um evento com uma estrutura diferente das de anos passados, caso a greve de roteiristas não tenha fim.

Em declarações à edição digital da revista "Variety", Cates assinalou que a decoração da festa já tinha começado antes do anúncio dos indicados aos prêmios, assim como a contratação dos músicos e dos demais envolvidos.

A imprensa americana sustenta que a greve obrigará à realização de um evento praticamente "enlatado", com muitas imagens de festas passadas e a presença de poucas celebridades.

Fontes da Academia citadas pela "Variety" expressaram suas dúvidas sobre a quantidade de coisas que podem acontecer no espetáculo sem violar o pacto do Sindicato de Roteiristas da América (WGA).

A transmissão do canal "ABC" poderá usar as imagens fornecidas pela Academia, mas, ao contrário de anos passados, quando o uso dessas imagens era gratuito, nesta edição os vídeos serão bastante caros, segundo a revista.

Os verdadeiros protagonistas do Oscar, porém, já dão suas primeiras declarações a respeito da realização da festa.

"Ganhei o Globo de Ouro e foi estranho estar no sofá vendo TV enquanto anunciavam meu nome, mas ao mesmo tempo, devo levar um fraque e percorrer o tapete vermelho. Tudo na vida tem sua parte boa e má. Quem gosta do tapete vermelho?", perguntou Javier Bardem, candidato ao Oscar de Melhor Ator Coadjuvante.

"Acho que vão solucionar o caso. Espero que seja assim", disse Viggo Mortensen, indicado ao prêmio de Melhor Ator, em declarações publicadas pelo jornal "The Boston Globe".

Este ano concorrerão à estatueta de Melhor Filme a história sobre traficantes de droga "Onde os fracos não têm vez", o drama épico "Sangue Negro", a adaptação literária "Desejo e Reparação", a comédia independente "Juno", e a produção sobre o universo judicial "Conduta de Risco".

Por enquanto, Michael Winship, presidente da divisão leste do WGA, deixa claro em um comunicado que, até que o sindicato não consiga um acordo com os estúdios e com as produtoras, tem a intenção de boicotar o Oscar.

"Queremos pedir aos membros do Sindicato de Atores e Roteiristas dos EUA (SAG) para também boicotarem a gala. Esse é nosso plano", assegurou.

A organização do Oscar tem, agora, um mês para resolver a situação.