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Cultura
Quarta - 23 de Janeiro de 2008 às 15:23

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O ritmo contagiante do Siriri vai alegrar as noites de terças e quintas feiras da Casa Cuiabana, a partir do dia 12 de fevereiro, com o início de um Curso ministrado por Dona Domingas Leonor e a equipe do Grupo "Flor Ribeirinha", da comunidade São Gonçalo Beira-Rio. O curso terá duração de um mês, sempre das 19h às 20h30, até o dia 11 de março. As inscrições podem ser feitas na Casa Cuiabana por R$ 60,00.

Segundo Dona Domingas, nas primeiras aulas os alunos aprenderão um pouco da história e importância do Siriri no contexto cultural cuiabano. Depois, eles trabalharão com as letras mais conhecidas das canções dessa manifestação e só então partirão para as coreografias. Ela ressalta a importância de expandir o conhecimento do siriri para preservar e valorizar as raízes culturais cuiabanas.

No artigo intitulado "Entre o barro e o siriri: um estudo sobre o papel da mulher na cultura popular de São Gonçalo Beira Rio em Cuiabá-MT" de Sônia Regina Romancini, o siriri é caracterizado por ser "uma dança de pares cuja origem é atribuída às danças indígenas". O ritmo é obtido através de uma ou mais violas de cocho, do ganzá e do mocho. A roda e a fileira são as duas coreografias básicas e os pares dançam batendo palmas e cantando. "Ao ritmo forte e rápido da música, os dançarinos parecem não se cansar, dançando por toda à noite", completa Sonia R. Romancini.

O Grupo Flor Ribeirinha foi idealizado por dona Domingas Leonor e, nas palavras da fundadora, se tornou "espelho" das tradições ribeirinhas e referência da cultura popular mato-grossense, sendo um dos mais famosos grupos de cururu e siriri do Estado. O grupo tem rompido as fronteiras, se apresentando em outras terras, como Belo Horizonte e Ceará.

RAÍZES

Domingas Leonor da Silva (53 anos) nasceu na beira do Rio Cuiabá e esbanja alegria e força, empenhada na luta pela conservação das manifestações genuínas. Mãe de três filhos e avó de duas crianças, dona Domingas relata que a maior parte de sua família trabalha com a cerâmica e atua ao seu lado na divulgação do siriri. Antes de criar o Flor Ribeirinha, que acumula 12 anos em atividade, aos 16 anos dona Domingas integrou o primeiro grupo de siriri, Nova Esperança. Os ensinamentos da música (cururu) e da dança (siriri) foram herdados de sua avó Tola (Maria Antônia), índia coxiponé, e da mãe Joana.

Outra herança deixada pelos ancestrais Coxiponés foi o destaque das mulheres nas práticas culturais como a cerâmica, a pesca, o uso de plantas medicinais, a canoa feita de um tronco de árvore, a benzedeira e as danças. A comunidade São Gonçalo Beira Rio está entre os arraiais pioneiros de Cuiabá. Fundada no século XVIII ela está localizada à margem esquerda do rio Cuiabá, a 11 quilômetros do centro da capital, próxima à barra do rio Coxipó. Sua população é de aproximadamente 300 moradores, distribuídos em 70 famílias, que têm entre si algum grau de parentesco.




Fonte: 24 Horas news

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