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Cultura
Sexta - 18 de Janeiro de 2008 às 21:45

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Das ruas para o museu. A arte contemporânea dos grafiteiros ganhou espaço no ambiente formal do Museu de Arte Contemporânea de São Paulo. Em vez do cenário urbano, paredes brancas são o pano de fundo. São 60 trabalhos. Metade de grafiteiros italianos, metade de brasileiros. O pai da idéia é Vittorio Sgarbi, secretário de Cultura de Milão.

O Museu de Arte Contemporânea de São Paulo foi o primeiro do país a incorporar esse tipo de arte em seu acervo. Em 1938, a obra de um grafiteiro americano foi exposta no museu e, de lá para cá, o grafite se espalhou pelas metrópoles brasileiras.

“Lá [em Milão], há um conflito entre as instituições”, disse Sgarbi. “Uma parte da prefeitura reprime e a outra, defende. Eu sou uma espécie de padrinho dos grafiteiros”, completou o italiano.

Além de tinta, os grafiteiros usam tecido, areia, cigarros e até munição como ferramentas de criação. “A arte contemporânea tem se influenciado pelo grafite. São muitos grafites que incorporam a sua obra, elementos que são nitidamente oriundos do espaço urbano”, afirmou Fábio Magalhães, curador da mostra.

Só nas ruas

Apesar do reconhecimento em abrir as portas do museu para esse tipo de arte, há quem discorde e prefira ver o grafite só nas ruas. “Na minha opinião, não tem que ser legalizado, porque vai ficar uma coisa chata, domesticada”, disse Daniel Medeiros, grafiteiro conhecido como “Boleta”.

Nas telas de Yá, uma das poucas representantes da classe feminina, traços de poesia e rebeldia. “A gente mostra que a arte pode ser realizada por qualquer pessoa, de qualquer classe social e que não é uma elite artística. Então, que isso se mantenha”, pediu a artista Yara Barros, a Yá.




Fonte: G1

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