Sérgio Ricardo deve sair da disputa à prefeito de Cuiabá
O Partido da República (PR) deverá descartar definitivamente a candidatura do deputado estadual Sérgio Ricardo à prefeitura de Cuiabá nos próximos dias, tirando o empresário Mauro Mendes da condição de “plano B” para a de protagonista da legenda na sucessão de Wilson Santos (PSDB). O nome de Mendes é tido como chave no PR, seja para a candidatura própria ou mesmo numa aventada composição de vice em chapa encabeçada por Carlos Abicalil (PT).
Acordos firmados nos meandros da eleição pela presidência da Mesa Diretora da Assembléia Legislativa “amarrariam” Sérgio Ricardo à margem do processo eleitoral de outubro próximo. De acordo com uma fonte ligada ao PR, não há outra saída senão o recuo público. Em paralelo, o pacto selado ainda no final de 2006 endossa a vaga de primeiro-secretário a Ricardo em chapa costurada para a próxima escolha da Mesa, em setembro de 2008.
Considerando a composição da Mesa, a candidatura de Ricardo se chocaria no mínimo com os interesses de dois integrantes de peso: Walter Rabello, candidato do PP na Capital, e por consequência José Riva, forte liderança do PP no Estado. Riva é o primeiro-secretário na atual composição da direção da Assembléia, enquanto Rabello é o segundo-secretário, indicado à época pela bancada do PMDB.
À época do pleito à Mesa Diretora, em fevereiro de 2007, o deputado já assegurava nas declarações à imprensa que não se lançaria candidato em Cuiabá, ou seja, que o sonho de se tornar prefeito seria postergado. “Eu acho difícil. Não tenho a pretensão de ser candidato a prefeito em 2008. Quero aqui fazer o meu trabalho de deputado, de presidente dessa Casa e vamos deixar para ser prefeito de Cuiabá num outro momento, mas eu quero ainda ser prefeito de Cuiabá”, posicionou logo após a votação.
Sérgio Ricardo foi eleito presidente da Assembléia no dia 1° de fevereiro de 2007 com os votos favoráveis de 21 deputados, em chapa única. A maioria maciça, por si só, demonstrava o peso dos entendimentos alinhavados pelo parlamentar reeleito. Os “dissidentes” na votação, expostos em três votos em brancos, seriam Otaviano Pivetta (PDT), que almeja se lançar presidente na próxima disputa, Percival Muniz (PPS) e Ságuas Moraes (PT).
No próprio PR, a pretensa candidatura de Ricardo há muito é assombrada pela dúvida. Abertamente, a “profecia” de que o projeto não se sustentaria já havia sido lançada pelo deputado estadual Roberto França, em meio ao desligamento do Partido da República. A tese era de que Ricardo se debateria mais uma vez com um racha no grupo político do governador Blairo Maggi, presidente do PR, para convalidar seu nome.
O projeto de candidatura de Sérgio Ricardo ainda esbarraria em outro obstáculo: o histórico manchado pela investida frustrada que culminou na derrota no primeiro turno das eleições de 2004 à prefeitura municipal. Com pouco mais de 60 mil votos, ele teve de assistir ao segundo turno travado entre Wilson Santos (PSDB), o vencedor da disputa, e Alexandre Cesar (PT).
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