Falta de vitamina D aumenta os riscos de doenças cardíacas e câncer

Além da já conhecida ligação com a osteoporose, a deficiência de vitamina D aumenta o risco das doenças do coração e está ligada a piores prognósticos nos casos de câncer.

A primeira evidência nesse sentido vem do estudo de Framingham, que está acompanhando a evolução da saúde cardiovascular de três gerações de moradores dessa comunidade próxima à cidade de Boston.

Após acompanharem mais de 1.700 crianças da terceira geração, os pesquisadores descobriram que aquelas que tinham baixas concentrações de vitamina D sofriam um risco duas vezes maior de problemas como esses quando comparados às outras. As conclusões foram publicadas na revista da American Heart Association, "Circulation".

Mesmo depois do ajuste para os outros fatores de risco para doença cardiovascular, como colesterol alto, diabetes e hipertensão, o risco ainda permanecia 60% mais alto. Por outro lado, os hipertensos tinham um risco acima de duas vezes maior.

Segundo um dos autores da pesquisa, os receptores para a vitamina D estão distribuídos no sistema vascular, alterando as capacidades de contração e dilatação das artérias.

Os dados sobre a relação entre a vitamina D e a resposta orgânica ao câncer vem de uma outra pesquisa, que foi publicada na revista "PNAS", que analisou a produção da vitamina em diversas latitudes.

Os cientistas determinaram que os habitantes dos países abaixo da linha do Equador produzem quase cinco vezes mais vitamina D do que os escandinavos. Isso poderia explicar o fato de que, apesar da ocorrência aumentada de câncer nos países em desenvolvimento, o prognóstico da doença é habitualmente melhor nessas paragens.

A importância desse estudo é mostrar que, através de medidas simples como suplementação vitamínica, dieta adequada e exposição ao Sol, podem ser obtidos resultados positivos sobre um problema que atinge milhões de pessoas no mundo.