Presidente da AMM pode assumir Sema
Os dias de Luís Henrique Daldegan podem estar contados como secretário de Meio Ambiente: deve durar até o governador Blairo Maggi convencer o presidente da Associação Matogrossense dos Municípios, José Aparecido dos Santos, o “Cidinho”, a assumir o cargo. Fontes do Governo informaram que Maggi já teria conversado por três vezes com o prefeito para discutir a questão, mas ainda não chegaram a um entendimento. A idéia do governador é dar mais alcance político à secretaria, reoxigenando a pasta, considerada uma espécie de “calcanhar de Aquiles” do Governo.
A resistência de Cidinho em aceitar a dura missão está no fato de que vai precisar “renunciar” ao restante do seu mandato como prefeito de Nova Marilândia. Sua eleição para o segundo mandato, inclusive, sequer teve adversário. No ano passado, no entanto, o prefeito transferiu seu domicílio eleitoral para a cidade de Arenápolis. Há quem acreditasse que o dirigente administrativo e presidente da entidade que congrega os municípios poderia estar articulando a possibilidade de sair candidato a prefeito na nova cidade.
Por outro lado, a saída de Daldegan da Sema era dada como certa desde o ano passado. Precisamente depois que o governador Blairo Maggi sinalizou para a base governista para aprovação do pedido de instalação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito destinada a investigar os diversos procedimentos e irregularidades na secretaria. No curso das investigações parlamentares, Daldegan e seus auxiliares acabaram cometendo erros politicamente ainda mais desgastantes para o Governo..
A CPI foi pródiga em apontar falhas dentro da Sema. Foram 85 recomendações. A falta de comando gerencial fez com que o Governo aceitasse praticamente todas as sugestões apresentadas. Como, por exemplo, a implantação, no prazo de seis meses da Carta de Serviço ao Cidadão, que estabelece prazo para cada ação da pasta.
“Ficou provado que a Sema precisa mais do que uma cirurgia plástica para se firmar como uma secretaria de vanguarda precisa sim, ser completamente reformulada e esta Comissão está apontando os caminhos que devem ser percorridos, porém, cabe ao governador Blairo Maggi definir se vai querer mudar o modelo de gestão ou, se vai continuar com o modelo que aí está que já demonstrou ser ineficiente” – explicou na época o presidente da CPI, deputado José Riva (PP).
Maggi sempre disse que esperaria o resultado da CPI para tomar as medidas. Politicamente considerou que era importante uma conjugação de esforços para a gestão florestal do Estado. E ela veio de forma conceitual. A CPI recomentou que para se tornar funcional, a Sema teria que passar por uma completa reforma estrutural e de conceito. Mais que o suficiente para um bom entendedor.
A CPI ainda verificou que o governo não soube considerar a importância da Sema para a economia do Estado e isso acabou gerando muito problemas. Só no ano passado, o Estado deixou de arrecadar algo em torno de R$ 1 bilhão por causa da morosidade da pasta. Os deputados chegaram a conclusão que ficou provada a necessidade de deixar a Secretaria de Meio Ambiente em condições de atender a grande demanda da sociedade e isso só é possível na medida em que forem feitos os investimentos necessários. “O governo tem ainda que dar uma nova dinâmica à pasta, evitando que ela se torne refém de empresas privadas e passe a caminhar com suas próprias pernas” - completou Riva à época.
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