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Meio Ambiente
Segunda - 14 de Janeiro de 2008 às 08:04
Por: Paul Rincon

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Uma nuvem de hidrogênio gigante está vindo em direção à Via Láctea, de acordo com astrônomos.

A Nuvem Smith, como é conhecida, poderá causar espetaculares fogos de artifício quando colidir com a nossa galáxia, o que deve acontecer em 20 até 40 milhões de anos.

A nuvem contém hidrogênio suficiente para criar um milhão de estrelas como o Sol, de acordo com especialistas, e já está em contato com gases da galáxia.

Quando a nuvem colidir com a Via Láctea, poderá gerar uma onda de novas estrelas.

Os detalhes da pesquisa realizada pela US National Radio Astronomy Observatory e pela Universidade de Wisconsin-Whitewater, foram revelados no 211° encontro da Sociedade Americana Astronômica, em Austin, no Texas.

Espetáculo

A Nuvem Smith foi batizada em homenagem à astrônoma que a descobriu, em 1963. Mas, até agora, os astrônomos não sabiam se a nuvem estava deixando a Via Láctea ou caminhando em direção a ela.

O novo estudo, que utilizou o telescópio Green Bank, em West Virgínia, mostra sem dúvidas que a nuvem está vindo em direção à galáxia.

Novas medidas também mostram que a nuvem tem 11 mil anos-luz de comprimento e 2,5 mil anos-luz de largura. A nuvem gigante está se aproximando da nossa galáxia com uma velocidade de mais de 240 quilômetros por segundo e deverá colidir com a Via Láctea em um ângulo de 45 graus.

De forma geral, a nuvem está atualmente acompanhando a rotação da galáxia, mas também se movendo cada vez mais perto. Os astrônomos conseguem observar uma parede de gás sendo impulsionada à medida que a Nuvem Smith se choca com periferia da Via Láctea.

O coordenador do estudo, Felix Lockman, disse que o objeto, localizado a 40 mil anos-luz da Terra, poderá criar uma vista espetacular, visível a olho-nu.

“Nós não sabemos vem de onde veio, já que sua órbita está um pouco confusa, mas podemos dizer que está começando a interagir com a periferia da Via Láctea, que está sofrendo dificuldades de movimentação e perdendo pedaços”, disse Lockman à BBC.

“Mas, ao mesmo tempo, a nuvem está sofrendo a atração gravitacional da Via Láctea”, disse.

Quando a nuvem se juntar à nossa galáxia, irá colidir com uma região relativamente distante do Sistema Solar, a cerca de 90 graus diante do sistema no disco da galáxia.

Ano novo celestial

Quando a colisão acontecer, a nuvem irá gerar ondas no gás que já existe na Via Láctea.

“Será como deixar uma bomba explodir”, disse Lockman. “Mas ela também criará uma grande quantidade de novos gases que poderão ter propriedades diferentes dos já existentes.”

Essas ondas criarão então um enorme número de novas estrelas, que serão gigantes e terão um ciclo de vida acelerado.

“Em alguns milhões de anos, parecerá uma celebração de ano novo celestial, com enormes fogos de artifício”, disse o pesquisador.

Astrônomos já indicaram que uma região repleta de brilhantes estrelas localizada perto do Sol, chamada Cinturão de Gould, pode ter sido formada da mesma forma.

“Esta é a primeira vez que nós estamos observando isso acontecer”, disse Lockman.

A nuvem de Smith foi descoberta em 1963 por uma jovem astrônoma americana chamada Gail Smith, que trabalhava na Universidade Leiden, na Holanda. Atualmente, ela não trabalha mais com ciência, mas ainda vive no país.





Fonte: BBC Brasil

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