Espécie de grama pode produzir etanol, indica estudo
A erva de nome científico Panicum virgatum mostrou-se fonte muito mais promissora do que se tinha inicialmente imaginado na produção de etanol, revelaram pesquisadores dos Estados Unidos em estudo publicado na revista "PNAS" nesta terça-feira.
A erva de cor azul-esverdeada brilhante, da família das gramíneas, tem capacidade de crescer facilmente. Ela permite que se obtenha 5,4 vezes mais energia (540%) do que o necessário para cultivá-la e produzir etanol, explicaram os bioquímicos da Universidade de Nebraska.
Em estimativas anteriores, baseadas em campos de cultivos experimentais menores, os cientistas conseguiram chegar a um rendimento energético líquido de 3,43 vezes (343%).
Este rendimento médio, definido como a relação entre a energia restituída sobre a energia não renovável utilizada, é comparável ao obtido com o milho, principal cultivo a partir do qual os Estados Unidos produzem seu etanol.
Por outro lado, a cana-de-açúcar, especialidade brasileira na obtenção do etanol rende oito vezes mais energia do que a necessária para produzi-la.
Tecnologia -- Marty Schmer, um dos autores do estudo, ressaltou que o rendimento desta espécie de grama poderia ser melhorado com a utilização das últimas tecnologias agronômicas e genéticas, assim como com uma produção da planta em escala industrial.
Os resultados deste estudo se baseiam em cultivos de Panicum virgatum em 2000 e 2001 numa superfície de três a nove hectares em 10 propriedades agrícolas situadas no oeste dos EUA e representativas dos custos de exploração média.
Os autores garantem ainda que as emissões de gases causadores do efeito estufa oriundos do etanol produzido a partir do Panicum virgatum são 94% menores que as produzidas com a combustão da gasolina.
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