Sob resistência, prefeito Wilson marca posse de Soares
Alguns começaram, via internet, uma rede de protesto. Já prepararam até dossiê, denúncias, nota oficial e organizam para os próximos dias manifestações públicas, tudo para tentar impedir que Soares, que já foi secretário de 2001 a 2004 no último ano da gestão Roberto França, reassuma a Saúde da Capital. O Sindicato dos Médicos (Sindimed), por exemplo, resiste tanto o nome de Soares que, nos bastidores, busca pretexto para decretar greve.
Somente 9 meses ou 275 dias separam o prefeito Wilson Santos das eleições de 5 de outubro quando estará em jogo sua recandidatura. Ele admite publicamente que cometeu quatro erros graves ao longo da gestão e que lhe trouxeram desgastes políticos sem precedentes. Sabe que a partir de agora uma outra falha com grande proporção pode impedi-lo, por exemplo, de crescer nas pesquisas de intenções de voto. O tucano aparece em todos as simulações feitas sobre a corrida sucessória em desvantagem sobre o deputado Walter Rabello (PP) e até em terceiro lugar, atrás do também deputado Sérgio Ricardo (PR).
O prefeito parte para ou tudo ou nada. De um lado, Wilson Santos espera, com Soares, "moralizar" a complexa, problemática e desgastante pasta da Saúde, que tem orçamento para este ano de R$ 210 milhões. Ocorre que o ex-secretário e ex-vice-prefeito é tido como linha dura. É daqueles que visitam, por exemplo, as policlínicas de madrugada e não medem consequências para tomar decisões. Por isso, alguns o chamam de truculento e de gestor de pouco diálogo.
De outro, o prefeito pode estar arrumando mais um problema técnico e político com Soares, o sexto a conduzir a secretaria de Saúde nestes três anos da gestão tucana. Uma tentativa de apaziguar os ânimos entre os sindicatos e associações da saúde e emissários do Palacio Alencastro não avançou, em que pese o secretário de Comunicação, Maurélio Menezes, entender que o diálogo já fora estabelecido.
Na contagem regressiva para as eleições, Santos passa a ter em Soares a esperança de melhorar o conceito de sua administração na área da saúde e, assim, dar um passo importante à reeleição. Assim, o futuro político do prefeito está nas mãos do seu novo secretário. Se não contornar a crise, não terá ambiente para administrar e aí vai parar na UTI, levando junto o prefeito.
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