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Agronegócios
Sexta - 04 de Janeiro de 2008 às 17:16

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O novo recorde na cotação de soja estabelecido em recentes negociações na bolsa de Chicago mudou pouco a estratégia do produtor brasileiro, que já vendeu boa parte de sua produção futura, especialmente no Centro-Oeste, disseram analistas.

De uma maneira geral, os sojicultores, adiantados nos negócios da safra 2007/08, apostam que poderão obter um preço maior para o que resta da produção a ser comercializada, elevando suas médias de ganhos, à medida que as cotações em Chicago tendem a continuar subindo, acrescentaram os especialistas.

"Quem já vendeu 60% da soja, está esperando, ele já travou os custos, vendeu a preços inferiores aos atuais, então ele vai esperar, com gente falando que soja vai a 14 (dólares por bushel). Ele vai especular com o lucro", afirmou o analista da consultoria FNP Fábio Turquino Barros, por telefone.

Segundo Barros, na quinta-feira, quando a soja quebrou um recorde de 34 anos em Chicago, poucos negócios foram feitos no mercado físico brasileiro. No overnight, nesta sexta-feira, o contrato julho voltou a marcar a maior cotação histórica da bolsa, registrando 13,0150 dólares por bushel - com realização de lucro, os futuros operavam em queda nesta tarde.

Consultores concordam que a comercialização da colheita brasileira, cujo pico acontece entre fevereiro e março, dependendo da região, está adiantada este ano.

Segundo a FNP, mais da metade da safra do Centro-Oeste, principal região produtora do Brasil, já foi comercializada, enquanto o Mato Grosso, maior produtor nacional, vendeu cerca de 60 por cento da colheita, que está começando em algumas lavouras de soja precoce ao norte do Estado.

Outra consultoria, a Agência Rural, informou que quase metade da safra estimada do Brasil já foi comprometida para vendas. A agência tem dados ainda mais avançados para a comercialização em Mato Grosso (70%).

O analista Fernando Muraro, da Agência Rural, salientou que o produtor do Sul do Brasil, onde a comercialização da safra é tradicionalmente mais lenta, poderá aproveitar melhor os ganhos em Chicago, que se refletem no mercado interno.

No Sul, apenas 25% da safra foi vendida, contra 60% no Centro-Oeste, de acordo com a Agência Rural. "No Sul, ainda temos 60 dias de definição da safra, mas por enquanto as perspectivas são muito boas (o tempo tem sido favorável). Vamos ter patamares (de lucro) nunca vistos na história no Sul e Sudeste do Brasil", afirmou Muraro.

"A rentabilidade no Centro-Oeste é menor, mas é lucrativo também", acrescentou ele.

No Centro-Oeste, além de um maior número de produtores já ter vendido antecipadamente uma parcela superior da safra, até para conseguir realizar o plantio, os custos logísticos são mais elevados em comparação ao Sul, mais perto dos portos.

"Esses preços são um incentivo para o produtor norte-americano plantar soja, acho que até março (Chicago) pode continuar subindo sim", acrescentou o analista da Agência Rural, explicando que a oferta nos EUA, o maior produtor de soja do mundo, está mais apertada, depois que o país elevou o plantio de milho e reduziu o da oleaginosa em 2007.





Fonte: Reuters

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