Por reeleição, Santos oferece 2 cargos ao PMDB
Em busca do apoio do PMDB a sua reeleição, o prefeito de Cuiabá Wilson Santos resolveu pedir benção ao seu velho aliado, o deputado federal Carlos Bezerra, presidente da legenda peemedebista no Estado. Em reunião na semana passada, o tucano ofereceu ao cacique o comando da Companhia de Saneamento (Sanecap) e também a condução da secretaria de Infra-Estrutura.
Bezerra sinalizou com a possibilidade, sim, de uma aliança PSDB-PMDB para o pleito de 2008, mas levantou uma condição que deixou o prefeito um tanto preocupado. Disse que o Palácio do Planalto vem monitorando todos os passos das negociações políticas na Capital. Como o PMDB oficialmente integra a base do governo Lula, exige-se que o partido esteja coligação com o PT ou com alguma legenda que venha representar esse arco. Dessa forma, por interferência do poder central, o PSDB de Santos pode ficar impedido de ter apoio do PMDB, que perdeu força na corrida sucessória com a desfiliação de Walter Rabello, hoje no PP e líder nas pesquisas de intenções de voto.
Bezerra e Santos conversaram até em nomes tanto para substituir o atual presidente da Sanecap, José Antonio Rosa, que ficará somente na Procuradoria-Geral do Munincípio, quanto para suceder Euclides Santos, um peemedebista que conduz a Infra-Estrutura, mas que deixará a administração para tentar a Prefeitura de Poconé. Osvaldo Cabral, que foi assessor na Casa Civil no governo Bezerra, em 87, seria uma opção à Infra-Estrutura. O prefeito garante, porém, que a indicação já está descartada. Líderes peemedebistas, como o vereador Domingos Sávio, também resistem a uma aliança com o tucanato.
Eleito em 2004 com apoio apenas de quatro partidos (PSDB, PSB, PTB e PDT), Wilson Santos vem se esforçando em busca de novos aliados. Alguns que passaram a ter filiados na gestão não admitem alianças formais, como o DEM (ex-PFL), PDT e PMDB. No caso do PSB, já houve até ruptura. Os pedetistas também se distanciaram da administração, apesar de comandar o Procon Municipal com o advogado Ricardo Siqueira. O PPS e o PTB, por outro lado, assumiram a condição de governistas, após conquista de cargos no primeiro escalão.
"Prefeituráveis"
Presidente do PSDB em Mato Grosso, Wilson Santos está consciente de que terá uma campanha dura pela frente. O cenário aponta para uma disputa de dois turnos. O tucano não terá apoio do governador Blairo Maggi (PR) e muito menos do presidente Lula (PT). Entre seus prováveis adversários estariam quatro deputados: Carlos Abicalil (PT), Valtenir Pereira (PSB), Walter Rabello (PP) e Sérgio Ricardo (PR). Correm por fora o empresário Célio Fernandes (PTB) e a ex-vice-governadora Iraci França (DEM).
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