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Politica Brasil
Quinta - 27 de Dezembro de 2007 às 12:57
Por: Cecília Melo

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Mesmo com a aceleração prometida pelo atual governo, os investimentos ainda não são expressivos se comparados à previsão traçada para 2007. Faltando cinco dias para acabar o ano, a União investiu menos da metade do previsto em orçamento, nas obras e aquisições de equipamentos. Dos R$ 40,8 bilhões autorizados em 2007, foram gastos R$ 17,2 bilhões até 24 de dezembro. Se os valores empenhados (comprometidos para pagamentos futuros) fossem considerados, o percentual de execução seria de 66%. O valor de investimentos neste ano é o maior desde 2002.

De janeiro até agora, a parcela investida pelo governo Lula, no primeiro ano depois da reeleição, superou o montante desembolsado com essa finalidade desde 2002, ano eleitoral em que é de costume acelerar as aplicações para impressionar o eleitorado. Porém, se a comparação for feita com o orçamento autorizado, o ano de 2002 foi o que mais investiu. De R$ 18,2 bilhões previstos, mais de 65% foi gasto em obras e aquisição de equipamentos, ou seja, R$ 12,2 bilhões.

Em relação ao ano passado, o montante investido pelos Três Poderes em 2007 sofreu um incremento significativo de R$ 2 bilhões, ou seja, 12,9 % de acréscimo. Apesar do aumento nos investimentos, o percentual de 42,2% na execução deste ano poderia ser ainda menor se fossem desconsiderados os "restos a pagar", que são dívidas dos anos anteriores que não foram quitadas no período de sua competência e acabaram arrastadas para os anos seguintes. Assim, grande parte dos investimentos em 2007 não representa, em si, novas obras que integram o orçamento vigente. A parcela de desembolsos destinada exclusivamente para as novas ações iniciadas neste ano é de apenas R$ 7 bilhões. Os outros R$ 10,2 bilhões foram utilizados para o pagamento das dívidas de exercícios passados. (veja tabela)

Segundo o professor de economia da Universidade de Brasília Roberto Piscitelli, o nível de realização dos investimentos ainda está muito baixo. “Não há mais problema de caixa no governo federal. Eu me surpreendo com esses baixos níveis de execução, porque a essa altura do ano não há muito mais o que se fazer. Na melhor das hipóteses, os compromissos deste ano ficarão novamente como restos a pagar para 2008”, explica o economista.

Piscitelli cogitou duas explicações para a constante má execução dos recursos destinados aos investimentos. “Uma hipótese é a de que o governo esteja buscando o maior superávit primário possível. Então, faz-se muito alarde, mas diversos setores preferem continuar dando um ritmo vagaroso aos gastos. Outra, é que existe uma certa incapacidade dos gestores. Falta ousadia, eles estão muito amarrados”, comenta o professor.

Destaque para os Transportes

No ranking de investimentos da administração direta neste ano, o ministério dos Transportes aparece em primeiro lugar. Os gastos com obras e equipamentos feitos pelo órgão equivalem a 26,5% do total de investimentos em 2007. Apesar de liderar a lista, o ministério executou pouco em relação ao previsto em orçamento. Até agora, o ministério gastou R$ 5,2 bilhões dos R$ 10,8 bilhões autorizados.

Mesmo longe de uma execução ideal, somente 48% do previsto para todo o ano, os gastos com investimentos na área de transportes são expressivos, se comparados com outros ministérios, como o da Defesa, com apenas R$ 2 bilhões investidos, e os ministérios das Cidades e da Saúde com R$ 1,4 bilhão pago por cada órgão.





Fonte: Contas Abertas

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