Abicalil assume PT em meio a discurso conciliador
Eleito presidente do diretório estadual do PT, o deputado federal Carlos Abicalil assumiu o cargo em meio a discursos conciliatórios de lideranças partidárias, entre elas a senadora Serys Slhessarenko, que passa o posto após ser derrotada no Processo de Eleições Diretas petista, ocorrido no início do mês. O processo de campanha e eleição foi marcado por duras criticas entre os dois principais concorrentes, especialmente quanto às dividas herdadas pela gestão anterior à da senadora, comandada pelo deputado estadual Alexandre César.
Em seu discurso, Serys lembrou dos momentos de crise vividos pelo PT em âmbito nacional durante seu mandato, especialmente em 2005 com o escândalo do mensalão, em que parlamentares recebiam propina para votarem a favor de projetos de interesse do Poder Executivo.
“Lá (em Brasília) era o mensalão, aqui eram as dívidas, muitas delas ilegais, contraídas na eleição de 2004. Por todos os lados, gente fazendo pilhéria, tentando nos ridicularizar. Depois ainda veio a trama dos sanguessugas, que, me atingindo diretamente, visava também atingir o PT, sua história, destruir a sua credibilidade”, disse a senadora em discurso.
Compondo a mesa juntamente com representantes do PCdoB, PR e PSB, o Secretário de Estado de Educação, deputado licenciado Ságuas Moraes disse que o partido vive o melhor momento depois da eleição do presidente Lula. “Não há perdedores”, avaliou. A mesma postura foi adotada pela ex-deputada Verinha Araújo, que aproveitou para dizer que a posse ocorre num momento de “renovação e esperança”, nas vésperas do Natal e Ano Novo e que era preciso valorizar as diferenças e “unir forças”, referindo-se ao “plenário bonito e diverso” que formava a mesa da solenidade.
Mesmo assim, Serys não fugiu aos discursos anteriores e deixou de alfinetar a gestão de Alexandre César quanto às dívidas. “No âmbito local, herdei um partido atolado em dívidas, sem crédito, com credores batendo às portas diuturnamente. E isso não é lengalenga, como alguns afirmam por aí. Não, isso é real. Dezenas de ações de execução das dívidas da campanha de 2004 caindo na nossa cabeça. Todas com penhora das contas do fundo partidário”, afirmou.
“Em primeiro lugar as dívidas que estão sendo questionadas na Justiça o PT tem o dever de fazer a sua defesa. A dívida é um assunto a ser administrado. Aquilo que está demandado judicialmente terá condução judicial e aquilo que não está demandado judicialmente nós faremos dentro da legalidade possível e que cabe a qualquer dirigente do PT em qualquer tempo resolver”, reagiu Abicalil, voltando a defender que trata-se de uma dívida coletiva e não individual, e que vai ser administrada nos âmbitos estadual e nacional.
Abicalil rechaçou a hipótese de que venha sofrer algum tipo de rejeição por parte do grupo liderado pela senadora Serys. “Se eles forem ligados à Serys creio que eles respeitarão o discurso dela, eu prefiro ter essa opinião”.
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