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<b>Descartada nova hidrelétrica no Xingu</b>
O inventário da bacia do Rio Xingu, divulgado anteontem em Belém, prevê a construção de apenas uma usina hidrelétrica, a de Belo Monte, em Senador José Porfírio, no sudoeste do Pará, descartando outras 4 usinas previstas pelo governo federal para os próximos trinta anos na região. O impacto ambiental sobre a floresta e populações tradicionais, principalmente a inundação de 25 reservas indígenas, desaconselham a construção dessas usinas, o que estava previsto no inventário anterior entregue à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Belo Monte aparece no relatório como exceção porque teria vocação natural energética, não inundará nenhuma área indígena e fica na chamada Volta Grande do Xingu, onde será formado um lago com 440 quilômetros quadrados, quase metade do tamanho da capital paraense. O diretor da Eletrobrás e encarregado do projeto da usina de Belo Monte, engenheiro Paulo Fernando Resende, disse que esta foi a melhor solução ambiental e energética encontrada para o aproveitamento do Xingu, porque as outras alternativas, além de maior custo benefício, provocariam também maior impacto ambiental.
Uma das usinas que seria construída em São Félix do Xingu, por exemplo, teria custo de U$$ 42,5 enquanto Belo Monte, prevista para gerar 11.181 megawatts, ficaria em U$$ 19,5. O investimento total em Belo Monte alcança U$$ 3,7 bilhões. O diretor da Cnec Engenharia, Carlos Moya, responsável pelos estudos de viabilidade da hidrelétrica, explicou que o inventário anterior, agora revisto, previa a construção de várias usinas, mas a inundação de terras indígenas e unidades de conservação causaria grande impacto ambiental. "A visão do setor elétrico para a bacia do Xingu, hoje, resume-se em apenas o aproveitamento de uma usina, que é a de Belo Monte", diz Moya.
Previsão
Em outubro passado, durante debate sobre a hidrelétrica em Belém, na sede do Ministério Público Federal (MPF), o diretor na América Latina da International Rivers Network, Glenn Switkes, um especialista em estudos de impactos de hidrelétricas sobre populações tradicionais, disse que os planos da Eletrobrás para barragens no Xingu provocariam um alagamento total de 12 mil km2. Ele antecipava que o inventário previa a viabilidade de cinco usinas hidrelétricas: Belo Monte, Altamira, Pombal, São Félix e Montante Jarina. Felizmente, Switkes, errou.
O projeto de Belo Monte é historicamente polêmico, combatido e defendido por especialistas e tem a marca de inúmeras batalhas judiciais que culminaram no Supremo Tribunal Federal (STF). A presidente do STF, ministra Ellen Gracie decidiu-se pela retomada dos estudos sobre a viabilidade do projeto. A Fundação Nacional do Índio (Funai) começou na segunda-feira o estudo antropológico da comunidade indígena Paquiçamba, a maior atingida pela construção da usina.
Perguntado se a hidrelétrica seria inviável economicamente, como afirmam alguns especialistas, que alegam um aproveitamento energético do Xingu durante apenas metade do ano, Paulo Resende respondeu lembrando que nos estudos anteriores da usina, o norte do país não era interligado com as regiões sul e sudeste como é hoje. O aproveitamento agora, com a interligação, diz Resende, seria feito da seguinte maneira: enquanto um lugar gera energia, no outro se guarda água.
Belo Monte aparece no relatório como exceção porque teria vocação natural energética, não inundará nenhuma área indígena e fica na chamada Volta Grande do Xingu, onde será formado um lago com 440 quilômetros quadrados, quase metade do tamanho da capital paraense. O diretor da Eletrobrás e encarregado do projeto da usina de Belo Monte, engenheiro Paulo Fernando Resende, disse que esta foi a melhor solução ambiental e energética encontrada para o aproveitamento do Xingu, porque as outras alternativas, além de maior custo benefício, provocariam também maior impacto ambiental.
Uma das usinas que seria construída em São Félix do Xingu, por exemplo, teria custo de U$$ 42,5 enquanto Belo Monte, prevista para gerar 11.181 megawatts, ficaria em U$$ 19,5. O investimento total em Belo Monte alcança U$$ 3,7 bilhões. O diretor da Cnec Engenharia, Carlos Moya, responsável pelos estudos de viabilidade da hidrelétrica, explicou que o inventário anterior, agora revisto, previa a construção de várias usinas, mas a inundação de terras indígenas e unidades de conservação causaria grande impacto ambiental. "A visão do setor elétrico para a bacia do Xingu, hoje, resume-se em apenas o aproveitamento de uma usina, que é a de Belo Monte", diz Moya.
Previsão
Em outubro passado, durante debate sobre a hidrelétrica em Belém, na sede do Ministério Público Federal (MPF), o diretor na América Latina da International Rivers Network, Glenn Switkes, um especialista em estudos de impactos de hidrelétricas sobre populações tradicionais, disse que os planos da Eletrobrás para barragens no Xingu provocariam um alagamento total de 12 mil km2. Ele antecipava que o inventário previa a viabilidade de cinco usinas hidrelétricas: Belo Monte, Altamira, Pombal, São Félix e Montante Jarina. Felizmente, Switkes, errou.
O projeto de Belo Monte é historicamente polêmico, combatido e defendido por especialistas e tem a marca de inúmeras batalhas judiciais que culminaram no Supremo Tribunal Federal (STF). A presidente do STF, ministra Ellen Gracie decidiu-se pela retomada dos estudos sobre a viabilidade do projeto. A Fundação Nacional do Índio (Funai) começou na segunda-feira o estudo antropológico da comunidade indígena Paquiçamba, a maior atingida pela construção da usina.
Perguntado se a hidrelétrica seria inviável economicamente, como afirmam alguns especialistas, que alegam um aproveitamento energético do Xingu durante apenas metade do ano, Paulo Resende respondeu lembrando que nos estudos anteriores da usina, o norte do país não era interligado com as regiões sul e sudeste como é hoje. O aproveitamento agora, com a interligação, diz Resende, seria feito da seguinte maneira: enquanto um lugar gera energia, no outro se guarda água.
Fonte:
O Liberal
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/193213/visualizar/
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