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Politica Brasil
Quarta - 19 de Dezembro de 2007 às 17:44
Por: Ana Paula Bortoloni

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No retorno da viagem a Bali, na Indonésia, onde participou da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, o governador Blairo Maggi (PR) disse nesta quarta-feira que nunca aceitou o título de “motosserra de ouro”, dado a ele em 2005 pelo Greenpeace. “Nunca peguei e aceitei aquela motosserra. Aquilo (o título de campeão de desmatamento) é reflexo do que o povo de Mato Grosso fez”, declarou o governador, que é considerado um dos maiores produtores de soja do País. “Eu sou a pessoa que tem o ônus e o bônus por ser o governador do Estado”, completou, durante entrevista coletiva.

O governador disse que se sentiu injustiçado com o título porque o Greenpeace considera o desmatamento em Mato Grosso como parte integral da Amazônia. “Legalmente, nós somos Amazônia, mas ecologicamente não. As pessoas não podem esquecer que nós temos um território propício para as queimadas que é o cerrado”, defendeu. “Mato Grosso tem características (de vegetação) diferentes que não são separadas”, reclamou.

Na conferência, o governador disse que mostrou não o que Mato Grosso pretende fazer com relação ao desmatamento, mas o que já está fazendo para evitar a derrubada de árvores. A proposta defendida pelos governos federal e estadual é a da manutenção da floresta em pé. O produtor rural que não fizer a abertura de novas áreas, dentro do percentual previsto pela legislação brasileira a que teria direito (20% floresta e 65% cerrado), seria recompensado. Segundo Maggi, o coordenador internacional do Greenpeace na Amazônia, Paulo Adário, elogiou o posicionamento do Estado na tentativa de reduzir os altos índices e recuperar as áreas desmatadas.

Segundo o secretário estadual de Meio Ambiente, Luiz Henrique Daldegan, o governo mostrou as ferramentas já utilizadas em Mato Grosso como o Sistema de Licenciamento Ambiental em Propriedades Rurais (SLAPR), capaz de constatar os desmatamentos ilegais nas propriedades licenciadas por meio de imagens de satélite e fiscalização em campo, além do programa MT Floresta. Na oportunidade, o governo assinou um protocolo para criação de um plano de controle de desmatamento da Amazônia, que será financiado com ajuda internacional. Países como Noruega, Nova Zelândia e Alemanha teriam se interessado pela proposta.

O governo comemorou a inclusão do tema na pauta da conferência. “Nessas decisões da ONU, cada País tem direito de veto. Então vocês imaginam como é difícil defender uma idéia dessa”, disse Maggi. A discussão agora, segundo ele, será a respeito de como o pagamento pela compensação do não desmatamento será feito. “Não é um processo simples que vai se resolver de uma hora pra outra. É mais complexo. ”, ponderou o governador, que acredita que a questão deve ganhar força apenas após as eleições americanas de 2008. “O Bush não aceita. O novo presidente dos Estados Unidos é que vai decidir e deixar o projeto andar ou não”, concluiu.





Fonte: Olhar Direto

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