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Politica Brasil
Terça - 18 de Dezembro de 2007 às 20:17

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No segundo dia de depoimentos sobre o esquema do mensalão à Justiça Federal, os três acusados ouvidos - os deputados federais Paulo Rocha (PT-PA), Valdemar Costa Neto (PR-SP) e Pedro Henry (PP-MT) - negaram, qualquer tipo de envolvimento com o caso. Os depoimentos foram prestados à juíza Maria de Fátima Costa, da 10ª Vara Federal, em Brasília, nesta terça-feira (18).

Os três depoimentos desta terça-feira foram os últimos do mensalão neste ano. O próximo a ser ouvido será Emerson Eloy Palmieri, às 14h do dia 11 de janeiro, no Paraná.

O deputado Paulo Rocha foi o último a depor. Ele responde a processo no Supremo Tribunal Federal (STF) por lavagem de dinheiro. Seu depoimento foi conturbado: ele bateu boca com o procurador da República José Alfredo de Paula Silva. A juíza teve de interferir.

Apesar do conturbado interrogatório, o deputado disse que encara com tranqüilidade o processo que enfrenta. "Estou tranqüilo, com a cabeça erguida, não tenho nenhuma culpa, não recebi nenhum dinheiro", garantiu.

Em entrevista, ele admitiu que o PT fez uso de caixa-dois, apesar de negar que ele próprio tenha feito o mesmo. "O PT reconheceu que nós erramos ao fazer captação de recursos fora da época de campanha", afirmou. “[O PT] já reconheceu [uso de caixa-dois] bem antes”, complementou.

No depoimento, o parlamentar sustentou que o dinheiro seria repassado da direção nacional do PT para o diretório do Pará para pagar dívidas de campanha. Disse que os repasses seriam feitos pela direção nacional do partido, por "uma pessoa indicada por Delúbio [Soares, então tesoureiro do PT]" – Marcos Valério.

Na denúncia do Ministério Público, ele é acusado de receber R$ 920 mil. Desses, R$ 300 mil teriam sido repassados para o PSB do Pará. Outros R$ 600 mil teriam sido sacados pela então assessora do parlamentar, Anita Leocádia, em agências do Banco Rural de Brasília e São Paulo, e também recebidos do empresário Marcos Valério – apontado como principal operador do mensalão - em um quarto de hotel.

Valdemar

Antes de Paulo Rocha, quem prestou depoimento foi Valdemar Costa Neto. Ele, que responde a processo no STF por lavagem de dinheiro, formação de quadrilha e corrupção passiva, também negou envolvimento com o escândalo do mensalão.

O deputado negou ter recebido, com integrantes da legenda, R$ 10,8 milhões do esquema – como consta na denúncia da Procuradoria-Geral da República – em troca de apoio no Congresso Nacional. Ele confirmou ter recebido R$ 7,4 milhões do PT, através da empresa SMPB, de Marcos Valério – apontado como principal operador do mensalão. Mas ressaltou que o dinheiro seria para quitar dívidas da campanha eleitoral de 2002.

"Não fiquei com nenhum centavo desse dinheiro", ressaltou, acrescentando que os repasses teriam sido feitos tanto pela ex-diretora da SMPB, Simone Vasconcelos, quanto pelo Banco Rural ao ex-tesoureiro do PL, Jacinto Lamas.

No complexo depoimento, que durou quase duas horas, Valdemar Costa Neto procurou explicar à juíza por que emprestou dinheiro para o PT na campanha de 2002. Disse que, pela aliança firmada com o partido, o PL teria direito a R$ 10 milhões – dos R$ 40 milhões que seriam arrecadados em um caixa único de campanha.

Manhã

O deputado federal Pedro Henry foi o primeiro a prestar depoimento, na manhã desta terça-feira. Ele negou ter recebido dinheiro do mensalão. Pedro Henry responde a processo no STF por formação de quadrilha, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

Segundo a denúncia do procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, ele teria recebido, entre 2003 e 2004, R$ 4,1 milhões do esquema, junto com os ex-deputados do PP José Janene e Pedro Corrêa e o assessor do partido João Claudio Genu.

À juíza Maria de Fátima Costa, da 10ª Vara Federal Criminal, Pedro Henry negou ter participado de reuniões com integrantes do PT para tratar de repasse de dinheiro para o PP. O deputado foi líder da legenda entre 2003 e 2004.

"Nunca conversei sobre repasse de recursos de nenhuma fonte para o PP", sustentou. "Nunca fiz reunião para tratar de apoio financeiro", complementou, durante o depoimento.

No entanto, ele admitiu saber de conversas entre os dois partidos para que o PP recebesse apoio financeiro para o pagamento de honorários do advogado do então deputado Ronivon Santiago. "Soube que estava tendo uma conversa com o [José] Janene para obter recursos para custear despesas do advogado do [então] deputado Ronivon Santiago".




Fonte: G1

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