MT conquista 40 Pontos de Cultura e receberá R$ 7,2 milhões
No primeiro trimestre do próximo ano ocorrerá a seleção, por meio de edital, de projetos provenientes de entidades culturais, sem fins lucrativos. Para a instalação e manutenção dos Pontos de Cultura, as entidades ou instituições contempladas receberão R$ 60 mil por ano, cada uma. Além de explorar diferentes meios e linguagens artísticas e lúdicas, a instituição selecionada abrigará um centro de inclusão digital, sendo que o recurso do Estado será voltado para a aquisição de kit´s multimídia. Tanto instituições públicas como organizações da sociedade civil poderão concorrer ao edital.
Segundo o secretário de Estado de Cultura, João Carlos Vicente Ferreira, as entidades devem estar comprometidas com a cultura em suas dimensões de construção simbólica, de cidadania, de geração e distribuição de renda. "Com a instalação dos 40 Pontos, as ações voltadas para a cultura serão potencializadas e contribuirão com a ampliação e garantia de acesso aos meios de fruição, produção e formação cultural".
CULTURA VIVA
Os Pontos de Cultura pertencem ao Programa Cultura Viva do MinC, que é concebido como uma rede orgânica de criação e gestão cultural. A implantação do programa prevê um processo contínuo e dinâmico, e seu desenvolvimento é semelhante ao de um organismo vivo, que se articula com as instituições que já estão atuando no campo da difusão cultural. Em lugar de determinar ações e condutas locais, o programa estimula a criatividade potencializando desejos e criando situações de encantamento social. Desde o surgimento do Cultura Viva, nove Pontos estão em funcionamento em Mato Grosso. Eles foram viabilizados por meio de editais lançados diretamente pelo Ministério.
PROJETO CIRANDA
Em Cuiabá, o Projeto Ciranda – Música e Cidadania, abriga o ponto Ciranda Digital. Além do recurso da União, o Ciranda conta com um amplo arco de alianças que garantem, inclusive, a contrapartida de investimento exigida da entidade. O apoio do Governo do Estado, por meio das Secretarias de Estado de Trabalho, Emprego, Cidadania e Assistência Social (Setecs) e Cultura, de empresas públicas, como Petrobrás e Furnas, e de empresas privadas, como a rede Modelo IGA, Mutum Agropecuária e Tauro Motors (Mitsubishi), garantem ao projeto sustentabilidade, permitindo que ele não deixe de funcionar.
Para o maestro e gestor do Projeto Ciranda, Leandro de Carvalho, a criação de novos pontos de Cultura é importante na medida em que traz recursos para a Cultura e ajuda no desenvolvimento da cadeia produtiva do setor. Por outro lado, o maestro pontuou que alguns aspectos do projeto Cultura Viva não tiveram a plena realização e muitos Pontos contemplados nos primeiros editais não conseguiram se manter ativos. "É tão importante quanto criar novos pontos, garantir o completo funcionamento das unidades do Cultura Viva já estabelecidas", lembrou.
No Ponto de Cultura Ciranda Digital são ministradas oficinas e cursos regulares de música para mais de 200 crianças e adolescentes. Todas as atividades são gratuitas, atendendo diferentes segmentos sócio-econômicos da sociedade, especialmente os que têm baixo índice de desenvolvimento humano. Além de cursos regulares e oficinas de música, o Projeto Ciranda oferece uma programação de eventos musicais através de sua Orquestra de Sopros.
PONTÕES DE CULTURA
A Secretaria de Estado de Cultura (SEC) disponibilizou a Casa Cuiabana para integrar, no próximo ano, o Projeto Cultura Viva se tornando um "Pontão" de Cultura, por meio de uma parceria com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
A denominação de Pontão deve-se a característica peculiar que o Centro Cultural irá ter, pois vai aglutinar representativamente a cadeia produtiva da Viola-de-cocho, passando a ser o Centro de Referência da Viola-de-cocho. O investimento na Casa Cuiabana será de R$ 500 mil por ano.
O secretário João Carlos destacou que o espaço já utilizado para oficinas de aprimoramento artístico também abrigará atividades relacionadas ao siriri e ao cururu. "Não temo pelo processo de continuidade dessas manifestações, pois um trabalho significativo de difusão vem sendo desenvolvido. Mas acredito que Centro de Referência poderá sensibilizar um número maior de jovens para as culturas tradicionais" concluiu.
O Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso (IHGMT) também vai se tornar um Pontão de Cultura e receberá R$ 180 mil por ano para desenvolver atividades relacionadas ao acesso do público à pesquisa histórica, aparelhando a Biblioteca da entidade e construindo sala multimídia.
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