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Repórter News - reporternews.com.br
Economia
Segunda - 17 de Dezembro de 2007 às 17:44

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Todas as metas estabelecidas para o cumprimento da rolagem (renegociação) da dívida pública mobiliária (em títulos) em 2007 foram cumpridas mesmo com a turbulência no mercado financeiro internacional, que começou com a crise imobiliária norte-americana. A afirmação foi feita pelo secretário adjunto do Tesouro Nacional, Paulo Valle, durante a áudio-conferência Avanços recentes e tópicos da política fiscal e da gestão da dívida pública, para investidores nacionais e estrangeiros.

"Apesar da volatilidade, este foi um ano bastante positivo na rolagem da dívida pública. Deveremos terminar o ano com aproximadamente 60% da dívida pública mobiliária total, incluindo as dívidas interna e externa, composta por títulos prefixados e indexados à inflação", disse. Ou seja, com títulos que permitem ao investidor negociar o rendimento na hora da compra, assumindo o risco do papel.

Para que os investidores tivessem uma idéia da evolução e da melhoria no perfil da dívida pública, Paulo Valle citou que em 2002 essa relação era de menos de 10% e o restante era corrigido por moeda estrangeira ou taxas de juros.

Ele também destacou o aumento do prazo médio da dívida pública federal que cresceu em mais de três meses na sua totalidade e mais de cinco meses para a dívida interna. Valle ressaltou para os investidores a redução da dívida de curto prazo, que ele considerou um indicador importante na percepção dos investidores sobre o risco de refinancimanto dos papéis do governo brasileiro.

"A dívida de curto prazo com vencimento em 12 meses foi reduzida em cerca de 5% da dívida. Terminamos o ano de 2006 com 33,3% da dívida vencendo em 12 meses e deveremos terminar 2007 por volta de 28% da dívida com prazo em 12 meses", informou.

O secretário destacou também que a melhoria da composição da dívida reduziu significamente o risco de elevação de preço dos títulos brasileiros por causa das turbulências de mercado já que o país tem também "um confortavél nível de reserva internacional de cerca de US$ 180 bilhões".

Esses fatores têm determinado de acordo com as explicações de Paulo Valle a necessidade de financiamento da dívida pública nominal , que tem caído ano após ano possibilitando uma maior flexibilidade na gestão dessa mesma dívida nos momentos de turbulência internacional.

"Conforme observamos em agosto em momentos de volatilidade o Tesouro não precisa ir a mercado pagando um custo que consideramos em desacordo com o que consideramos bons fundamentos da economia brasileira, que é focar no custo e menos em risco", defendeu.

Outro indicador da melhoria da dívida mobiliária brasileira, segundo Valle, foi a emissão de títulos de 20 anos corrigidos em real, a continuação de papéis em dólar de 10 e 20 anos e o fortalecimento do programa de recompra dos papéis brasileiros.

"Os resultados da estratégia também foram bastante positivos. Os principais indicadores foram a redução da dívida externa em cercad de US$ 5 bilhões, o aumento participação de títulos em reais na dívida externa, de quase 10%, e a redução da necessidade de moeda estrangeira para os próximos 10 anos", afirmou.

O secretário descartou também a emissão de títulos prefixados de dez anos, fato histórico já que pela primeira vez o governo brasileiro fez esse tipo de operação. Esses papéis segundo ele, com vencimento em 2017, continuarão a ser ofertados no início do ano que vem.

O último ponto enfatizado pelo secretário foi sobre o perfil dos investidores em títulos da dívida pública federal. "Podemos verificar que houve uma maior diversificação e um aumento da base de investidores. O importante foi comparar com a volatilidade de 2006 com a de 2007, quando o comportamento foi mais estável", disse.





Fonte: ABr

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