Produção de feijão vai cair 15,6% em Mato Grosso

O 3º levantamento da safra de grãos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) aponta que em Mato Grosso haverá uma queda de 15,6% na produção de feijão em Mato Grosso na safra 2007/2008 na comparação com o plantio 2006/2007. No ano agrícola atual devem ser colhidos 56,6 mil toneladas (t) do produto ante as 67,1 mil (t). A área destinada à cultura também baixou, passando de 40,4 mil hectares (ha) para 37,8 mil (ha), redução de 6,4%.

Para o diretor-secretário da Famato, Valdir Correa da Silva, a elevação do preço pode estimular os produtores locais a plantarem mais na safra seguinte, pois este ano eles estão desestimulados com a cultura. "Para cultivar o feijão o agricultor tem custos elevados com irrigação e quando vai vender para a indústria não recebe o preço que propicie lucro. Com esta falta, ele pode se animar para o próximo plantio".

Além de aumentar para o consumidor final, o proprietário da beneficiadora do feijão Canário, Júlio Abrão dos Santos, afirma que a indústria também está pagando mais caro pelo produto. Ele diz que em agosto a saca com 60 kg de feijão custava R$ 70 e hoje está pagando R$ 240, um aumento de 242,8% para a mesma quantidade do grão. "Isso sem contar o frete, imposto e a limpeza do feijão para poder embalar e revender para os supermercados".

O industrial afirma que o produto embalado no Estado está sendo trazido do Paraná e de São Paulo, pois o produto local só será colhido em janeiro. Ele afirma também que o valor da revenda aos supermercados também cresceu nos últimos 60 dias passando de R$ 60 o fardo com 30 kg, em outubro, para R$ 140 atualmente. "Nunca tivemos um preço tão elevado, o maior preço vendido aos estabelecimentos por nós chegou a R$ 100 há dois anos, também pela falta do produto, mas logo baixou". Ele considera que o estoque da indústria, estimado em 15 mil quilos, se esgotará na próxima semana, pois a demanda é de cerca de 60 mil quilos por mês.