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Politica Brasil
Quinta - 13 de Dezembro de 2007 às 14:32
Por: João Negrão *

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O encontro anual com jornalistas promovido pelo Sebrae-MT por ocasião do final de ano é um desses momentos mágicos de confraternização, de reencontro de velhos e queridos amigos e colegas e de compartilhar experiências com profissionais de renome nacional. O evento sempre tem a marca de qualidade que prima tudo o que o Sebrae faz. Já tive a oportunidade de participar de vários. O encontro com o repórter Caco Barcelos foi o melhor de todos. O do último dia 10, no Centro de Eventos do Pantanal, só vale pelo reencontro com os colegas. A palestra do apresentador do Fantástico, Zeca Camargo, a meu ver, tinha tudo para ser proveitosa, não fosse por um pequeno problema: o palestrante.

Resolvo escrever sobre o assunto porque a minha intervenção durante a sessão de perguntas acabou gerando muita controvérsia. Até nota em jornal rendeu. No dia mesmo, no coquetel que seguiu o "bate-papo" com o Zeca, minha postura recebeu críticas e elogios. No dia seguinte, a mesma coisa. Quem esteve presente foi fidedigno nas observações. Quem não foi e acabou sendo informado por outros, me criticava ou elogiava, sobretudo, por ter chamado o Zeca Camargo de "mentiroso". É aquela história do telefone sem fio, que finda desembocando numa onda de boatos que não correspondem aos fatos.

Por isto resolvi escrever. Entre as críticas e elogios que recebi, havia posições como a de um colega que achou que deveria ter "destilado mais veneno" contra o apresentador global; o da que pontuou que eu poderia tê-lo chamado de mentiroso, mas com outras palavras. Nem ou coisa nem outra. Para começar, não fiz nenhuma critica pessoal ao Zeca. Muito pelo contrário, até o elogiei. Vamos ao que de fato aconteceu.

Aproveitando o gancho de uma pergunta do colega Jersel Marques, que mencionou fala do Maurício Kubrusly em evento que organizei para discutir Cultura e Jornalismo, confirme as observações do colega local e adicionei que Kubrusly havia se referido ao Fantástico como o "programa do bode", ou seja, aquele momento em que as famílias, geralmente num domingo modorrento, se prostram diante da TV na última distração do final de semana, já detestando a perspectiva da segunda-feira.

Crítico e inteligente, Maurício Kubrusly apenas mencionou uma situação que é fato, sem, no entanto, criticar o programa, seus profissionais e a emissora. Zeca Camargo, ao contrário, não teve o mesmo desprendimento e nível intelectual. Disposto a apenas lustrar seu ego e receber afagos de tietes, ele demonstrou descaso, enfado e até grosseria com seu ar de superioridade disfarçado de bom-mocismo.

Ao contrário de Kubrusly, que analisou o sudeste-centrismo e o descaso que a imprensa do eixo Rio-São Paulo tem para com as coisas do resto do País, em especial do Centro-Oeste e sua "periferia", Mato Grosso, Camargo preferiu contestar e exigir exemplos incitando um diálogo que iria se tornar uma chatice para a platéia. Na mesma linha, foi defensivo e provocativo ao ser convocado a analisar as mentiras que seus colegas, em especial os correspondentes internacionais, contam aos telespectadores.

É nesta parte que se agregou o maior número de críticas à minha intervenção. Alguns, como já disse, consideraram o termo "mentira" muito pesado, embora concordasse com meu posicionamento. Outros me consideraram um radical, insensível e deselegante. Concordo! Mas só me arrependo pela deselegância, não diante do Zeca Camargo, mas dos colegas e amigos do Sebrae, os quais tenho o maior respeito e apreço. De resto, não tenho mais disposição a fazer concessões a quem brinca com a inteligência dos outros. Ademais, não fui ali para ver o apresentador global, até porque já imaginava que sua palestra não seria grande coisa. Fui para reencontrar e cumprimentar os amigos e colegas, confraternizar.

Se disse que o jornalismo da Globo é mentiroso, me baseio, como afirmei na minha intervenção, em leituras que faço em outras fontes, especialmente na internet. Aliás, foi esse um dos pontos levantados. O Zeca preferiu insinuar que eu leio sites de fofoca, exemplificando que em um deles houve até quem afirmasse que ele teria um filho com uma certa atriz. Além de imaginar muito pouco provável a capacidade dele para tal feito, penso que seu nível de informação é tão precário que o induz a comparar sites de fofoca com espaços alternativos que não estão alinhados à grande imprensa manipuladora.

No caso de quem achar que os sites de Paulo Henrique Amorim e Luiz Carlos Azenha – só para citar dois ex-globais – são coisa de "lulo-petistas", recomendo dar uma olhadela nos sites do New York Times e do Washington Post para ver lá o que o governo norte-americano está fazendo para sabotar a democracia nos países latino-americanos, como Bolívia e Venezuela, que não estão alinhados com seus interesses. E quem dá respaldo às ações golpistas da oposição boliviana e venezuelana? A imprensa ligada ao grande capital estrangeiro, aqui no Brasil em especial as Organizações Globo.

É fantástico! Incrivelmente fantástico como gente do quilate de um Zeca Camargo seja tão alienada. Seria uma fatal conveniência ou carência de alguns neurônios?

· João Negrão é jornalista em Cuiabá (MT)




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