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Politica Brasil
Segunda - 10 de Dezembro de 2007 às 07:31

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A decisão de Júlio Campos de retomar à militância político-partidária e já disputar a Prefeitura de Várzea Grande em 2008 enfrenta resistência do irmão, senador Júlio Campos. Mesmo que o pai dos dois, o patriarca Júlio Domingos de Campos, o seu Fiote, falecido há três meses, tenha dado aval, motivando o acordão em família, Jaime se vê agora numa saia-justa.

Primeiro, a reinserção de Júlio à vida pública volta a carimbar os Campos junto à opinião pública de grupo que procura se perpetuar no poder, situação que contribui para desgaste político num período em que o eleitor se mostra mais críticos e "vingativo" nas urnas. Trata-se de um novo momento, diferente das décadas de 80 e 90, quando Júlio e Jaime chegaram a fazer dobradinha na campanha eleitoral, um como candidato a deputado federal e outro como governador.

Segundo, a retomada de Júlio na política atrapalha os planos de Jaime de disputar o governo do Estado, em 2010. Em meio a tantas conjecturas, comenta-se nos bastidores que, se o hoje conselheiro do Tribunal de Contas vier a ganhar a prefeitura, voltará com força na eleição seguinte para concorrer a uma candidatura de deputado federal ou até mesmo ao Palácio Paiaguás. Se perder, o desgaste cairá também sobre os ombros do próprio Jaime porque representaria não só resistência do eleitorado, mas o "fim" dos Campos em Várzea Grande.

Terceiro, Jaime se vê preocupado com a pecha de familiocracia Campos, o que complica a imagem de quem pretende reconquistar a cadeira de governador. Ocorre que, fora Júlio, ele já terá dois irmãos candidatos no próximo ano: Dito Paulo (DEM), prefeito de Jangada e candidato à reeleição, e a suplente de vereadora Márcia Campos (DEM), que também disputará o pleito em Cuiabá.

Quarto, Jaime se mostra acuado por causa da crise criada em Várzea Grande com a volta do irmão à militância política. O DEM (antigo PFL), no qual Júlio Campos militou por mais de duas décadas, está rachado. O deputado Wallace Guimarães não desiste de sua pré-candidatura e avisa que vai para a convenção, numa disputa interna com Júlio.

Mesmo com essas ponderações de Jaime, Júlio não recua. Ele já foi prefeito, governador, deputado federal e senador a agora deixa a cadeira de conselheiro do TCE já na próxima quarta, numa sessão que marcará sua despedida do cargo vitalício, junto com Ubiratan Tom Spinelli, para reiniciar sua trajetória política.

Jaime Campos, que reclama do irmão, é outro que adotou a política como profissão. Foi prefeito por três mandatos, governador, tem mais 7 anos de mandato de senador e está de olho, de novo, na cadeira ocupada hoje por Blairo Maggi.





Fonte: RD News

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