Sarney é nome mais forte do PMDB para presidir Senado

BRASÍLIA - Apesar de quatro senadores do PMDB terem manifestado o desejo de disputar a presidência do Senado, o nome mais forte entre os governistas e que tem o apoio do Planalto é o peemedebista José Sarney (AP). As articulações em favor do senador ganharam fôlego hoje entre aliados do governo e serão reforçadas até terça-feira, quando a bancada do PMDB voltará a se reunir para definir o candidato ao comando do Senado. Segundo fontes do PMDB, Sarney é a pessoa ideal para ocupar a presidência por um ano, fazer a transição e restabelecer o clima amistoso na Casa.

Estrategicamente, Sarney saiu no meio da reunião da bancada, junto com a senadora Roseana Sarney (PMDB-MA), mas antes fez um rápido discurso em defesa da manutenção do cargo para o partido, seguindo a tradição. Durante o encontro, o Sarney não defendeu nenhum dos quatro senadores - Garibaldi Alves (RN), Neuto de Conto (SC), Valter Pereira (MS) e Leomar Quintanilha (TO) - que apresentaram suas candidaturas à bancada.

A idéia dos aliados do Planalto é reforçar as negociações em torno do nome de Sarney junto aos partidos de oposição, sobretudo ao PSDB. O maior empecilho é o líder dos tucanos, Arthur Virgílio (AM), mas o ex-presidente da República tem boas relações com outros senadores do PSDB. No DEM e nos partidos da base governista Sarney não tem resistência.

O senador Aloizio Mercadante (PT-SP) disse que seu partido vai apoiar a escolha do PMDB, mas vê com bons olhos a candidatura de Sarney. Um dos principais aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Sarney tem repetido que não deseja o cargo. Mas seus amigos lembram que essa sempre foi a estratégia de Sarney: só aceitar o cargo se for um nome de consenso.