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Politica Brasil
Quarta - 05 de Dezembro de 2007 às 18:35

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BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez nesta quarta-feira, 5, um mea-culpa sobre a CPMF e disse ser uma "metamorfose ambulante" e não ter medo de mudar de opinião. Lula lembrou que no debate de criação da CPMF, em governos passados, chegou a vir a Brasília para convencer parlamentares petistas a não votarem a favor do imposto. "Prefiro ser uma metamorfose ambulante. Mudar como as coisas mudam", disse, citando letra de música do compositor Raul Seixas. "Não tenho a dureza do manifesto de um partido comunista ortodoxo", completou.

Nesta quarta, em cerimônica de lançamento do PAC da Saúde, presidente fez um apelo a 20 governadores para que convençam os senadores de seus Estados a aprovar a emenda que prorroga a CPMF até 2011. "A imprensa estava esperando um discurso violento. Mas, aos 62 anos, não tenho mais como ser violento. Sou agradecido a Deus de conseguir chegar até aqui. Não é hora de briga, mas de convencimento e de chamar as pessoas para meditar", afirmou ele em discurso na solenidade de lançamento do PAC da Saúde.

O presidente voltou a citar sua mãe, dona Lindu, e fazer metáfora de família para cobrar "maturidade" e "consciência" dos senadores. Ele disse que quando uma pessoa é apenas um filho, e ainda não é pai, é oposição. "Eu precisei chegar à presidência da República para perceber que é muito mais fácil ser oposição do que ser governo", disse. "Quando você chega ao governo, você não acha, pensa ou acredita. Você faz ou não faz, executa ou não executa", definiu.

Mais pobres

Lula afirmou ainda que a CPMF beneficia as pessoas mais pobres. "A CPMF não é para quem mora numa cobertura do Recife, mas para quem mora em Casa Amarela", afirmou, referindo-se a um bairro pobre da capital pernambucana. Lula avaliou que setores da oposição fazem um discurso "simplista" quando argumentam que a prorrogação da CPMF beneficia o governo.

"Se votar contra, prejudica o governo Lula; se vai me prejudicar, então vote contra", afirmou. "Os senadores de todos os partidos devem fazer uma reflexão e é extremamente importante que cada governador convencesse seus senadores para fazer esta reflexão e mostrar o que representa para seus Estados a não prorrogação da CPMF".

No maior eventodo governo pró-CPMF, que contou com a presença de 18 ministros, 20 governadores e diversos parlamentares, Lula disse que o governo, nos últimos dois anos, já desonerou a produção em um total de R$ 36 bilhões. "Uma CPMF já foi desonerada. Mas tem um tipo de gente que adora criticar quando o Estado vai bem. E sempre aparecem os amigos do rei - porque só amigos do rei tem audiência com os presidentes - para falar de desoneração", afirmou.

O presidente disse que a desoneração tem impacto imediato, por exemplo, na previdência social. Ele reclamou ainda de setores da sociedade. Segundo o presidente, a classe alta deduz do Imposto de Renda o que gasta em planos de saúde e, por isso, não valoriza o trabalho do Sistema Único de Saúde (SUS). "Na mesma máquina que deita um presidente da República, deita um cidadão pobre, graças ao SUS", afirmou.

"Muitos dos que utilizam as máquinas mais sofisticadas dos hospitais deduzem, depois, este serviço no Imposto de Renda e termina sendo o Estado brasileiro que devolve para ele o que não devolve para os pobres".




Fonte: AE

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