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Sucessão de Renan embola caminho da CPMF no Senado
BRASÍLIA - A corrida pela sucessão de Renan Calheiros (PMDB-AL) na presidência do Senado, iniciada minutos depois de o senador anunciar a renúncia ao cargo nesta terça-feira, ameaça complicar as delicadas negociações em torno da votação da renovação da CPMF.
A avaliação, expressa por parlamentares da base aliada e da oposição, é que a disputa pelo cargo contaminará as articulações políticas até então focadas exclusivamente na crucial aprovação da emenda constitucional da CPMF.
"É um elemento complicador, agora você tem uma disputa no meio da discussão", afirmou o líder do Democratas, José Agripino Maia (RN).
Renan renunciou ao cargo de presidente do Senado nesta terça-feira durante sessão que julga sua cassação. Desde outubro, quando Renan se licenciou do cargo, a presidência do Senado vinha sendo ocupada interinamente pelo senador Tião Viana (PT-AC).
Pela tradição, cabe ao PMDB, como partido de maior bancada, manter a presidência do Senado e, na legenda, o nome mais cotado é o de Garibaldi Alves (RN), que já foi cotado no passado para ocupar um ministério do governo Lula.
Pelo menos outros três senadores do partido, no entanto, --Neuto de Conto (SC), Valter Pereira (MS), José Maranhão (PB)-- já anunciaram que pretendem disputar a candidatura do partido.
A oposição afirma que, a princípio, está disposta a aceitar um nome do PMDB para o cargo, mas exige que o partido apresente um candidato considerado "agregador" e "de consenso". Caso contrário, promete entrar na disputa, o que prolongaria o processo de sucessão.
Democratas e tucanos devem se reunir ainda nesta terça-feira para discutir a sucessão no Senado.
"A negociação da CPMF ficou um jogo mais complexo", admitiu Renato Casagrande (PSB-ES), da base governista. "A complexidade pode até ajudar, mas vai exigir muita articulação política."
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (RR), nega a contaminação e afirma que a discussão da CPMF já está "madura". Sua estratégia é levar o projeto da renovação do tributo a votação em plenário já na nesta quinta-feira ou, no mais tardar, na próxima terça-feira, antes da votação para a presidência da Casa.
"São coisas diferentes e uma coisa não vai influir na outra", garante.
Tião Viana marcou para a próxima terça-feira reunião de lideranças para discutir o processo sucessório. Pelo regimento, um novo presidente teria que ser eleito cinco dias após a renúncia.
ACORDÃO
Senadores da oposição, como o presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), e o líder do partido, Arthur Virgílio (AM), acusaram o governo de ter fechado com Renan um acordo pelo qual o PMDB concederia os votos favoráveis à CPMF em torno da absolvição de Renan na sessão desta terça-feira.
"Foi um acordão no estilo mais clássico", afirmou Virgílio.
O entendimento, segundo ele, não será, contudo, suficiente para aprovar a renovação da CPMF. De acordo com o senador, a oposição conta com pelo menos três votos contrários à CPMF no PMDB --Geraldo Mesquita (AC), Jarbas Vasconcelos (PE) e Mão Santa (PI)-- que, somados aos votos do PSDB e do DEM, garantiria a derrubada da emenda.
O senador Pedro Simon (PMDB-RS) denunciou o acordo em seu discurso na sessão que julga Renan no Senado.
"O projeto do senador Renan tinha que ser julgado com seriedade e não com troca-troca, que é o que está acontecendo. A grande verdade é que fica mal para nós a maneira como as coisas são feitas aqui", disse Simon.
"Não sei de acordo nenhum e não articulei nada. Não vejo nenhum indício nessa direção", afirmou o líder do PMDB no Senado, Valdir Raupp (RO).
A CPMF rende cerca de 40 bilhões de reais ao s cofres públicos e sua vigência vence no final de dezembro.
A avaliação, expressa por parlamentares da base aliada e da oposição, é que a disputa pelo cargo contaminará as articulações políticas até então focadas exclusivamente na crucial aprovação da emenda constitucional da CPMF.
"É um elemento complicador, agora você tem uma disputa no meio da discussão", afirmou o líder do Democratas, José Agripino Maia (RN).
Renan renunciou ao cargo de presidente do Senado nesta terça-feira durante sessão que julga sua cassação. Desde outubro, quando Renan se licenciou do cargo, a presidência do Senado vinha sendo ocupada interinamente pelo senador Tião Viana (PT-AC).
Pela tradição, cabe ao PMDB, como partido de maior bancada, manter a presidência do Senado e, na legenda, o nome mais cotado é o de Garibaldi Alves (RN), que já foi cotado no passado para ocupar um ministério do governo Lula.
Pelo menos outros três senadores do partido, no entanto, --Neuto de Conto (SC), Valter Pereira (MS), José Maranhão (PB)-- já anunciaram que pretendem disputar a candidatura do partido.
A oposição afirma que, a princípio, está disposta a aceitar um nome do PMDB para o cargo, mas exige que o partido apresente um candidato considerado "agregador" e "de consenso". Caso contrário, promete entrar na disputa, o que prolongaria o processo de sucessão.
Democratas e tucanos devem se reunir ainda nesta terça-feira para discutir a sucessão no Senado.
"A negociação da CPMF ficou um jogo mais complexo", admitiu Renato Casagrande (PSB-ES), da base governista. "A complexidade pode até ajudar, mas vai exigir muita articulação política."
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (RR), nega a contaminação e afirma que a discussão da CPMF já está "madura". Sua estratégia é levar o projeto da renovação do tributo a votação em plenário já na nesta quinta-feira ou, no mais tardar, na próxima terça-feira, antes da votação para a presidência da Casa.
"São coisas diferentes e uma coisa não vai influir na outra", garante.
Tião Viana marcou para a próxima terça-feira reunião de lideranças para discutir o processo sucessório. Pelo regimento, um novo presidente teria que ser eleito cinco dias após a renúncia.
ACORDÃO
Senadores da oposição, como o presidente do PSDB, Sérgio Guerra (PE), e o líder do partido, Arthur Virgílio (AM), acusaram o governo de ter fechado com Renan um acordo pelo qual o PMDB concederia os votos favoráveis à CPMF em torno da absolvição de Renan na sessão desta terça-feira.
"Foi um acordão no estilo mais clássico", afirmou Virgílio.
O entendimento, segundo ele, não será, contudo, suficiente para aprovar a renovação da CPMF. De acordo com o senador, a oposição conta com pelo menos três votos contrários à CPMF no PMDB --Geraldo Mesquita (AC), Jarbas Vasconcelos (PE) e Mão Santa (PI)-- que, somados aos votos do PSDB e do DEM, garantiria a derrubada da emenda.
O senador Pedro Simon (PMDB-RS) denunciou o acordo em seu discurso na sessão que julga Renan no Senado.
"O projeto do senador Renan tinha que ser julgado com seriedade e não com troca-troca, que é o que está acontecendo. A grande verdade é que fica mal para nós a maneira como as coisas são feitas aqui", disse Simon.
"Não sei de acordo nenhum e não articulei nada. Não vejo nenhum indício nessa direção", afirmou o líder do PMDB no Senado, Valdir Raupp (RO).
A CPMF rende cerca de 40 bilhões de reais ao s cofres públicos e sua vigência vence no final de dezembro.
Fonte:
Reuters
URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/195604/visualizar/
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