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Politica Brasil
Terça - 04 de Dezembro de 2007 às 00:47
Por: Rosa Costa

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Pela segunda vez em dois meses e meio, um pedido de cassação contra o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) chega ao plenário. Na sessão de hoje, que começa às 15 horas, os senadores votarão o parecer do relator do caso no Conselho de Ética, Jefferson Péres (PDT-AM), que apresentou sete indícios de que o presidente licenciado do Senado teria usado laranjas para comprar duas emissoras de rádio e um jornal em Alagoas, em sociedade com o usineiro João Lyra. É a terceira das seis representações contra ele. Duas foram arquivadas. As demais ainda não foram examinadas.

O corregedor do Senado, Romeu Tuma (PTB-SP), acredita que a última denúncia contra o peemedebista - de que teria usado um agente da Polícia do Senado para investigar Marconi Perillo (PSDB-GO), seu adversário - pode se reverter em votos contra ele. Mas não a ponto de resultar na cassação: "Porque diminuiu a pressão que havia antes de ele se afastar da presidência." A última suspeita veio à tona no fim de semana e ainda não foi alvo de representação.

Senadores ligados a Renan prevêem que ele será inocentado por 46 votos - 40 dos colegas que votaram a seu favor em setembro, na denúncia de que teria contas pagas por um lobista, mais os 6 que se abstiveram. Da lista de abstenção, Aloizio Mercadante (PT-SP) foi o único a dizer que agora apoiará a cassação, alegando que o parecer de Péres é "consistente". Já a maioria da bancada do PT deve repetir o voto a favor de Renan.

Ontem, Mercadante rebateu declarações do líder do DEM, José Agripino Maia (RN), para quem existe um "acórdão". Em troca da aprovação da emenda que prorroga a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), os petistas votariam contra a cassação de Renan. "O PT só tem 12 senadores. Não nos comportamos como bancada fechada e, além do mais, todas as bancadas se dividiram", disse o petista. "Não procede a informação de que as 6 abstenções foram todas do PT. O senador Mão Santa (PMDB-PI) já disse que ele foi um dos que se absteve."

RENÚNCIA

A renúncia de Renan da presidência, da qual se licenciou em 11 de outubro, voltou a ser dada como certa por senadores do grupo de José Sarney (PMDB-AP). O mesmo ocorreu às vésperas do primeiro julgamento. Desta vez, porém, eles afirmam que o afastamento será formalizado hoje cedo, como forma de reforçar o quórum da absolvição.

Mas assessores de Renan descartam a idéia, alegando que pode prejudicá-lo. E lembram que o Planalto pediu-lhe que não fizesse nada para iniciar o processo de sucessão no Congresso e atrapalhar a votação da CPMF.

Aliados garantem o discurso de Renan hoje não falará em renúncia. Avalizado por seu advogado, José Fragoso, será conciliador. As críticas serão apenas para Lyra, autor da denúncia. O peemedebista vai dizer que não possui nenhuma empresa de comunicação e teria apenas ajudado Renan Calheiros Filho a adquirir cotas da rádio.

O líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), acha "doloroso" o processo contra Renan. "Foi doloroso para a Casa, para ele próprio e seus amigos", comentou, dizendo esperar que a tensão se alivie hoje. "Para que possamos começar o ano sem a espada na cabeça de todos."





Fonte: Estadão

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