PT faz neste domingo votação para eleger novo comando
A expectativa é que as eleições internas da legenda sejam definidas em segundo turno, porque para que uma das chapas obtenha vitória no primeiro turno será necessário angariar mais de 50% dos votos dos filiados. A previsão é que entre 200 a 300 mil militantes da legenda participem do PED, em cerca de 4 mil locais de votação em todo o País, escolhendo seus representantes. Até o final de sexta-feira (30), a participação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no pleito não estava confirmada, apesar da expectativa de que ele possa votar neste domingo, pois estará na capital paulista para a cerimônia de lançamento do início das transmissões da TV digital no Brasil. Nas eleições internas petistas de 2005, no auge do escândalo do mensalão, Lula não votou no primeiro turno.
Nas eleições internas deste domingo, estará em jogo não apenas a correlação de forças que vai influir nas eleições de 2008 e 2010. Segundo uma fonte com acesso à cúpula da legenda e também ao governo, o PED 2007 será uma grande oportunidade para o partido sair unificado e fortalecido e, dessa forma, cobrar uma participação mais ativa nas decisões do governo federal. “O peso do nosso partido no executivo federal precisa ser ampliado e acredito que sem as divergências acirradas que ocorriam antes da saída dos companheiros que migraram para o PSOL, podemos afinar o discurso e contribuir para uma participação mais ativa nas decisões do governo federal”, reitera a fonte.
Vencer em 2010
Um dos mais fortes candidatos nessa corrida e, que de acordo com os próprios adversários, deverá estar presente no segundo turno dessas eleições, o deputado federal Ricardo Berzoini, acredita que uma das principais tarefas da próxima direção da legenda é coordenar as campanhas municipais do ano que vem e preparar o PT para a sucessão do presidente Lula em 2010. “Vamos preparar o PT para vencer (as eleições de 2010), se possível com candidato próprio”, defende Berzoini. Apesar das diferentes plataformas em discussão pelos concorrentes, esta posição do atual dirigente da legenda é compartilhada pelos outros candidatos. A idéia é que o PT não abra mão da coalizão que elegeu o presidente Lula, mas esteja fortalecido a ponto de indicar o candidato para a cabeça de chapa.
Na previsão de alguns dirigentes da legenda, Berzoini poderá ter em torno de 45% das intenções de voto nas eleições do PED. Outros candidatos que devem alcançar boa votação, nas avaliações internas, são os deputados federais José Eduardo Cardozo (SP) e Jilmar Tatto (SP). O atual secretário de Relações Internacionais da legenda, Valter Pomar, também acredita que poderá disputar o segundo turno deste pleito. Caso as eleições sejam mesmo decididas em segundo turno, os candidatos que fazem oposição ao antigo Campo Majoritário, sobretudo Tatto e Pomar, defendem a criação de uma frente para derrotar Berzoini e promover uma renovação na legenda.
Algumas das estrelas do partido já declararam abertamente o seu voto, como a ex-prefeita e atual ministra do Turismo, Marta Suplicy, que apóia Jilmar Tatto. O deputado José Eduardo Martins Cardozo já recebeu apoio formal do governador da Bahia, Jacques Wagner, e nos bastidores, da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef. Ele também conta com o apoio do ministro da Justiça, Tarso Genro. Apesar de não ter declarado sua preferência, as informações de bastidores indicam que o presidente Lula torce pela reeleição de Ricardo Berzoini. Na condução da legenda desde o escândalo do mensalão, em 2005, o deputado vem seguindo à risca as determinações do Planalto e do próprio presidente da República. Berzoini também tem a preferência do ex-ministro José Dirceu.
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