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Politica Brasil
Sábado - 01 de Dezembro de 2007 às 06:50

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A regra pró-fidelidade do Tribunal Superior Eleitoral deve resultar na cassação de vários parlamentares, principalmente vereadores mas, por outro lado, reforça o poder de mando dos caciques políticos. Hoje, em praticamente todas as legendas as decisões sobre candidaturas, alianças e controle interno são tomadas pela cúpula, apesar de muitos recorrerem ao costumeiro argumento de que as bases são consultadas. Nesse processo, a chamada militância se vê obrigada a absorver encaminhamentos que poderiam até tomar outro rumo se fosse conduzido de forma democrática.

Como o detentor de mandato eletivo não pode mais deixar o partido, sob pena de perder o mandato, a não ser nos raros casos de mudança de linha ideológica da sigla e ou de perseguição política, ele se vê obrigado a cumprir as ordens dos caciques. O PMDB, por exemplo, é controlado pelo deputado Carlos Bezerra há mais de uma década. Por ele passam todas as decisões sobre quem deve ser candidato a prefeito ou a vereador de determinado município. Dependendo do seu interesse, Bezerra pode até decretar intervenção, absolver o diretório local e nomear uma comissão provisória para conduzir o processo. Também dita as regras sobre comportamento dos vereadores e até dos deputados em relação ao Poder Executivo e vice-e-versa.

Há outros caciques que ganham força em Mato Grosso com a decisão do TSE, que prevê cassação do mandato de infiéis, como o governador Blairo Maggi (PR), o senador Jonas Pinheiro (DEM, ex-PFL) e o deputado estadual José Riva (PP). O recém-criado PR já nasce com um cacique regional e com ascensão em âmbito nacional. Trata-se de Maggi. Ele é responsável, por exemplo, por "fritar" alguns pré-candidatos, como o deputado Sérgio Ricardo, que patina com seu projeto rumo à Prefeitura de Cuiabá, e de cooptar diversas lideranças, ao ponto de transformar a nova sigla na maior de Mato Grosso num intervalo de apenas seis meses. O poder da máquina pública o ajudou nas articulações.

O PP está nas mãos de Riva, principalmente agora com a cassação do deputado federal Pedro Henry. Todas as decisões passam pelo primeiro-secretário da Assembléia Legislativa. Ele influencia até em eleições de associações de bairros. Com isso, vem construindo uma base sólida, tudo para encarar uma candidatura de senador em 2010.

Sem alarde, o senador Jonas Pinheiro atua também como coronel do DEM, junto com o colega Jaime Campos. Um exemplo claro da prática "caciquista" está no processo eleitoral em Várzea Grande. Jaime resolveu apoiar a idéia do irmão Júlio Campos se aposentar do TCE para ser candidato a prefeito. Com isso, aos poucos, está excluindo do processo o deputado Wallace Guimarães, que já estava em pré-campanha há mais de dois anos. Como não há mais tempo para mudar de legenda, sob pena até de perder o mandato, só resta a Wallace "engolir" a decisão e partir para uma composição. Se insistir na tese de disputar a convenção, será derrotado.





Fonte: RD News

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