Democratas acusa Lula de 'arrogante' e 'autoritário'
O senador José Agripino (DEM-RN) (Foto: José Cruz/Agência Senado)O senador José Agripino (DEM-RN) rebateu as declarações feitas pelo presidente Luiz Inácio lula da Silva no Espírito Santo, de que o partido de oposição é contra à prorrogação da CPMF porque "torce todo santo dia para as coisas não darem certo nesse país".
"É por torcemos pelo Brasil que somos contra", afirmou Agripino ao G1. Segundo ele, o governo Lula "é comprometido com a gastança, com a criação de um 38º ministério, com a contratação de 29 mil servidores em cargos de confiança em detrimento de uma política de saúde que se deteriorou e faliu nas mãos dele".
Nesta quinta-feira, o Democratas divulgou nota oficial repudiando a afirmação de Lula de que o partido vota contra a CPMF porque não tem perspectiva de poder. "Do DEM não espero nada, porque é um partido sem perspectiva de poder", disse o presidente em entrevista a emissoras de televisão.
A legenda fechou questão contra a CPMF sob o argumento de que se trata de 'mais um tributo que prejudica o desenvolvimento do país'. Na nota, o DEM afirma que Lula foi arrogante e autoritário em fazer tal previsão.
"O presidente Luiz Inácio Lula da Silva faz previsão sobre um futuro que não lhe pertence, desrespeita a oposição de forma arrogante e autoritária, além de confrontar a vontade da maioria da população brasileira que rejeita a CPMF e condena a gastança imoral do governo", diz a nota assinada pelo presidente do partido, deputado Rodrigo Maia (RJ), pelo líder no Senado, José Agripino (RN), e pelo líder na Câmara, Onyx Lorenzoni (RS).
A nota ainda afirma que o governo pretende continuar arrecadando com a CPMF para gastar de forma perdulária e sem controle. "A CPMF não é necessária ao Brasil, só quem defende a cobrança deste imposto é o presidente Lula porque interessa ao governo seguir gastando o dinheiro das pessoas de forma perdulária e sem qualquer controle", complementa a nota, redigida na reunião da Executiva do partido, na manhã desta quinta-feira (29).
O governo pretende arrecadar em 2008 cerca de R$ 40 bilhões com a CPMF. A votação no plenário do Senado deve acontecer, em primeiro turno, na primeira quinzena de dezembro.
Por enquanto, governo e oposição mantêm discursos contraditórios, de que ambos têm votos ou para derrubar o tributo ou para garantir sua prorrogação.
Veja a íntegra da nota:
"Ao afirmar que o Democratas vota contra a CPMF porque é um Partido sem perspectiva de poder, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva faz previsão sobre um futuro que não lhe pertence, desrespeita a oposição de forma arrogante e autoritária, além de confrontar a vontade da maioria da população brasileira que rejeita a CPMF e condena a gastança imoral do governo. Sobre a declaração insultuosa, agressiva e inadequada do presidente Lula, a Comissão Executiva Nacional do Democratas vem a público afirmar ao povo brasileiro:
1) mais relevante que qualquer perspectiva de futuro para um líder e um partido político é representar as exigências e as necessidades da população e do país no tempo presente;
2) a razão que leva o Democratas a votar contra a prorrogação da CPMF é a certeza que este imposto é nocivo ao bolso do povo brasileiro e prejudicial ao desenvolvimento da economia;
3) a CPMF não é necessária ao Brasil; só quem defende a cobrança deste imposto é o presidente Lula, porque interessa ao governo seguir gastando o dinheiro das pessoas de forma perdulária e sem qualquer controle;
4) o povo brasileiro sabe porque o Democratas afirma que o governo Lula gasta muito: o Democratas diz isto porque é verdade;
5) não é um presidente da República que mente de forma cínica; que governa de costas para o país; que passa por cima dos compromissos assumidos; que não defende os valores éticos e que minou a confiança e a esperança das pessoas que vai definir o futuro do País ou o futuro do Democratas;
6) o futuro do povo brasileiro será definido pelo próprio povo brasileiro que sonha com um governo livre da incompetência e da corrupção que, infelizmente, estamos vivendo nos dias de hoje.
Brasília, 29 de novembro de 2007
Deputado Rodrigo Maia - Presidente
Senador José Agripino - Líder no Senado
Deputado Onyx Lorenzoni - Líder na Câmara"
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