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Politica Brasil
Quinta - 29 de Novembro de 2007 às 07:55

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O petebista Ricarte de Freitas, que concluiu o mandato em janeiro deste ano antes de ser julgado em plenário por envolvimento na máfia das sanguessugas, continua agindo em Brasília, ora como lobista, ora como consultor e até como "deputado". Mora no Lago Sul, a parte nobre da Capital Federal. Ele anda todo alinhado. Usa terno e gravata impecáveis, com direito a boton de parlamentar e até pede audiência nos ministérios se identificando como "o deputado Ricarte de Freitas".

Tem mais: utiliza o elevador privativo do anexo 4 da Câmara, onde fica a maioria dos gabinetes. O fantasma do Ricarte está presente, seja na Câmara, no Senado ou no Palácio do Planalto. Costuma oferecer jantar em seu apartamento, onde recebe amigos e parlamentares para conversar sobre negócios e política.

Não fosse as graves denúncias que pesam contra o ex-deputado, ele seria hoje o "embaixador" do governo Blairo Maggi em Brasília. Chegou a acertar com o governador a data para tomar posse como coordenador do escritório de representação do Estado. Depois, o próprio Maggi, após críticas de aliados devido à escolha, mandou dispensá-lo, inclusive por meio de telefonema. Ricarte ficou uma fera. Em seguida, se articulou para ocupar um cargo no Ministério do Turismo, com aval do seu amigo, o ex-ministro Walfrido dos Mares Guia. A estratégia não deu certo.

Ricarte esteve no olho do furacão. Enfrentou tanto desgaste na campanha do ano passado por causa do envolvimento no escândalo da máfia das ambulâncias que não se reelegeu. Teve 22.672 votos. Garantiu apenas a segunda suplência da coligação Unidade e Trabalho (PMDB/PL/PTB). Morando em Brasília, ele leva uma vida de executivo. As denúncias são coisas do passado. Ele quer é viver o presente e longe de Mato Grosso.

Acusação

O deputado José Eduardo Cardoso (PT-SP) elaborou um relatório para ser entregue ao Conselho de Ética da Câmara, sugerindo a cassação de Ricarte. Era tarde demais. O Congresso Nacional já estava em recesso e o petebista veio concluir o mandato em 31 de janeiro, antes mesmo do processo ir à votação.

De acordo com as investigações, o empresário Luiz Antônio Vedoin, um dos chefes das sanguessugas, teria pago cerca de R$ 600 mil de propina a Ricarte em troca de emendas ao Orçamento. O relator do processo tinha conseguido documento que revelava transferência de um Fiat Ducato, avaliado em R$ 70 mil e repassado a Ricarte. O ex-deputado admitiu o uso do veículo, como teste, durante dois meses em 2002. Assegurou também que não recebeu propina e negou relação com a máfia.





Fonte: RD News

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