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Politica Brasil
Sexta - 23 de Novembro de 2007 às 18:01
Por: Fernando Leal

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Apenas uma assinatura – a do governador Blairo Maggi – separa Mato Grosso do aproveitamento racional dos estoques de matérias primas vegetais – naturais ou plantadas – existentes nas propriedades rurais. Também, das reduções gradual e positiva da velocidade do desmatamento das florestas e do cerrado, com a máxima proteção dos mananciais de águas potáveis, entre outros benefícios.

Esse novo conceito de tratamento do meio ambiente está no Plano de Negócios Florestais (PNF) proposto pelo deputado Wagner Ramos (PR) e transformado em lei pela Assembléia Legislativa. O documento está no Palácio Paiaguás aguardando sanção governamental.

O Plano de Negócios Florestais foi elaborado para aplicação obrigatória nas propriedades rurais, no manejo ambiental e nas derrubadas de vegetação para produção agropecuária ou outras atividades rurais. Ele transforma os negócios florestais em instrumento de caráter estratégico para os desenvolvimentos ampliados da economia e da conservação ambiental de Mato Grosso.

Entre os inúmeros benefícios comprovados, que a iniciativa vai proporcionar, estão: a) controle e redução ou eliminação das queimadas predatórias e da emissão de poluições químicas ou térmicas diretamente na atmosfera terrestre; b) melhoria e utilização dos recursos naturais e equilíbrio dos preços praticados com as matérias florestais disponíveis para o mercado; e c) a transformação da silvicultura e da policultura no desenvolvimento econômico das propriedades rurais.

A nova lei prevê, ainda, a concessão – às propriedades já em processo de ocupação por atividades agropecuárias e que estejam dentro das normas da cobertura florestal mínima – prazos adequados para participarem das normas do Plano de Negócios Florestais.

“Todos os demais programas estaduais que conferem benefícios e estabelecem normas de conduta aos proprietários rurais passam a ser submetidos ao Plano de Negócios Florestais e necessitam obter, da Secretaria de Meio Ambiente do Estado de Mato Grosso, a habilitação para outros usos das propriedades ou de benefícios a serem requeridos”, assegurou Wagner Ramos, se referindo a trecho do documento.

O detalhamento do PNF será desenvolvido obrigatoriamente pela Secretaria do Meio Ambiente do Estado de Mato Grosso e terá como política prioritária a transformação das fazendas com plantios de monocultura, em propriedades com mais uma atividade rural ou industrial econômica, privilegiando sempre a exploração racional da silvicultura.

“Outro de nossos objetivos, através desse projeto, é que os investimentos em educação para a busca do melhor rendimento florestal com respeito ambiental – cada qual em seu nível ou especialização – sejam alvo do Plano”, salientou o parlamentar republicano.

O documento prevê a participação da Procuradoria Geral do Estado no desenvolvimento de procedimentos para substituição de penas ambientais aplicadas por participação no plano de negócios – ou em outros programas – e projetos derivados dele. Para isso, o instrumento é o Termo de Ajustamento de Conduta. Nesse caso, os beneficiários serão da comunidade onde se praticou o crime ambiental.

Por sua vez, a Empaer (Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural) poderá desenvolver parcerias com a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), com a UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso) e demais instituições de grande conhecimento florestal no país e fora dele.

Essas parcerias servirão para elaboração de pesquisas que possibilitem novas formas de arrecadação e de transformação de bens florestais para a sociedade brasileira como um todo, assim como de novas tecnologias. A Secretaria de Estado de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme) também terá participação importante nesse trabalho.

Caberá a ela promover a elaboração de estudos para instalação – na fronteira com a Bolívia – de siderúrgicas para a produção de ferro gusa. A existência de depósitos de minério de ferro abundantes na Bolívia até a fronteira com Mato Grosso foi decisiva para a escolha do país vizinho nesta outra parceria.

Ramos frisou que, durante os últimos 40 anos, a Amazônia foi dos empresários e que o governo militar os favoreceu com uma política liberal e abastecida de créditos para a transformação de matéria prima vegetal em gado e lavouras.

“Contabilizamos alguns valiosos benefícios como empregos e renda para pequenos municípios que – se não fosse a Sudam e seus projetos agropecuários – nem existiriam. Tivemos o engrandecimento de nossa participação no mercado de commodities e de carne. Só eles (os empresários) querem abrir mais áreas, tornando os prejuízos maiores do que os benefícios”, alertou Ramos.

Agora, o republicano pretende mostrar que pode ser implementado outro sistema com dois grandes benefícios: a implantação de fazendas de gado e de lavouras, integradas com a exploração da grande vocação da Amazônia: as florestas, a biomassa.

O Plano de Negócios Florestais também tem como objetivo subsidiário o credenciamento internacional de qualidade ambiental aos produtos de toda ordem originários de Mato Grosso.





Fonte: Assessoria/AL

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