Chico Daltro deixa Maggi para ocupar cadeira de Henry
Chico Daltro começa a limpar as gavetas da secretaria estadual de Ciência e Tecnologia para assumir a cadeira do deputado federal Pedro Henry, cassado nesta quinta pelo TRE por compra de votos junto com a deputada estadual Chica Nunes (PSDB) - clique aqui e aqui e leia mais. Daltro é obrigado a tomar posse na Câmara, mesmo que venha, em seguida, ingressar com pedido de licenciamento para continuar secretário do governo Maggi. Ele já decidiu, porém, que é mais vantajoso, sob todos os aspectos, legislar como federal ao invés de continuar tocando uma pasta sem visibilidade e com um orçamento anual de apenas R$ 2 milhões.
Por ironia do destino foi o próprio Henry quem contribuiu para que Daltro tivesse uma votação expressiva. Nas eleições do ano passado, ambos fizeram um "mapeamento eleitoral" nos municípios, de modo que pudessem pedir votos sem entrar em conflitos. Atuaram juntos em quase 100 municípios. Assim, enquanto o então deputado estadual Chico Daltro pendurava nas asas de Henry rumo à Câmara Federal, o outro estadual do grupo Eliene Lima era carregado pelo deputado José Riva. Todos saíram vitoriosos.
A coligação Mato Grosso Unido e Justo I (PP/PFL) elegeu somente os dois progressistas Henry (73.312 votos) e Eliene (65.855) e ainda garantiu Daltro na primeira suplência com 49.949 votos. Agora, o secretário de Maggi vira deputado no lugar daquele que o carregou na campanha.
A trajetória política de Chico Daltro mostra sua predestinação para ser governista. Sempre esteve "colado" no Palácio Paiaguás. Lançado à vida pública por Dante de Oliveira (já falecido), Daltro começou como vereador por Cuiabá, chegou a deputado e comandou a secretaria de Estado de Agricultura durante o reinado do tucanato. Hoje secretário de Maggi, ele já passou pelo PMDB, PDT, PSDB e hoje está no PP, do qual é presidente estadual.
Em 2002, Daltro se reelegeu deputado estadual com 26.638 votos pelo PSDB. Com a derrota dos tucanos na majoritária (governador e senador), ele passou a se distanciar de Dante e do então senador Antero de Barros. Migrou para o PP para se aproximar de Maggi. Assim, perdeu para deputado federal no ano passado, mas não ficou desempregado. Voltou a ser aliado do Paiaguás, com cargo no primeiro escalão.
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