Votação para cassar Renan pode ficar para dezembro

O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio (AM), confirmou, no começo da noite desta segunda-feira (19), após reunião com o presidente interino do Senado, Tião Viana (PT-AC), que não apresentará o relatório da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) sobre o processo de cassação do presidente licenciado da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), nesta semana. "Tenho o meu tempo. Não vou infringir o regimento. O presidente Tião ficou surpreso", disse o líder do PSDB. Arthur Virgílio tem até 15 dias para apresentar o parecer na CCJ.

Com o adiamento da apresentação do relatóro de Virgílio na CCJ, a votação em plenário deve acontecer na próxima semana. A cassação de Renan estava prevista para acontecer nesta quinta-feira (22). O presidente interino do Senado, Tião Viana, ainda não se pronunciou sobre o anúncio do líder tucano.

O Conselho de Ética do Senado decidiu, na última quarta-feira (14), recomendar ao plenário da Casa a cassação de Renan Calheiros no caso que envolve a suposta suciedade dele com o usinero João Lyra para a aquisição de emissoras de rãdio e um jornal em Alagoas. A matéria, no entanto, deve ser avaliada pela CCJ antes de chegar ao plenário. Essa tramitação normalmente é apenas protocolar. Desta vez, porém, a oposição pretende retardar o julgamento em plenário com o objetivo de provocar a renovação por 45 dias da licença do peemedebista da presidência da Casa.

"Não estou entendo a oposição. Não há um acordo para que essa matéria fosse votada até o dia 2? Eles [da oposição] estão tentando criar uma confusão porque perderam a tese e a relatoria da CPMF", rebate a líder do PT no Senado, Ideli Salvatti (SC).